Problema efetivo na nomeação do diretor-executivo do Consórcio de Transportes da Grande Aracaju não está no suposto parentesco, mas sim no flagrante desrespeito aos novos prefeitos. Até rimou, né?

Então, se ‘cunhado não é parente’, como dizia a mobilização nacional no início dos anos 1960 feita pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola, com a clara intenção de se candidatar a presidência ao término do mandato, que acabou não terminando, de João Goulart, o Jango, também não devemos ‘crucificar’ os concunhados, certo?

E porque AnderSonsBlog abre essa postagem com esse pequeno recorte histórico brasileiro? Simples: muita gente criticou o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), por ele ter indicado o ex-SMTT, Renato Telles, para ser diretor-executivo do Consórcio Metropolitano dos Transportes Coletivos da Grande Aracaju, se baseando no fato dele ser concunhado do prefeito.

Tudo bem, este AnderSonsBlog também não é fã dessa relação muito próxima entre interesses públicos e intercorrências familiares, nem mesmo quando elas são tão distantes, como é o caso, especificamente em termos de nomeações discricionárias.

Mas o que realmente sobrou nesse episódio, digamos, tortuoso nesse apagar das luzes da gestão de Edvaldo foi algo que, tivesse acontecido com ele mesmo, com certeza o prefeito de Aracaju teria chiado e muito.

Veja só, leitor e leitora, ao nomear o novo diretor-executivo do Consórcio, Edvaldo não levou em consideração que essa decisão só deveria vir depois de encerrada a eleição aracajuana.

Aracaju é a maior cidade do consórcio e quem vencer a eleição no próximo domingo, 27, é quem deveria fazer essa escolha, né isso?

E outra, nas demais cidades, apenas em São Cristóvão o atual prefeito elegeu sucessor – no caso, Marcos Santana (MDB) elegeu Julio Junior (União) – e nos demais casos sempre opositores saíram vitoriosos – Samuel Carvalho (Cidadania) sobre Padre Inaldo (Progressistas) e Airton Martins (PSD) sobre Alberto Macedo (Unão).

Percebe, leitor e leitora, que essas figuras públicas que assumem os destinos de suas cidades pelos próximos quatro anos deveriam, sim, ser ouvidos nessa decisão? E nem adianta falar que a data foi posterior a eleição de primeiro turno, porque se não houve ainda a eleição de segundo turno em Aracaju, a emenda pode sair pior do que o soneto.

Agora, façamos um exercício de imaginação, começando por uma breve viagem no tempo até o ano de 16. Já pensou se o saudoso João Alves, fora daquele segundo turno, nomeasse alguém para um cargo de tamanha importância antes do pleito entre Edvaldo e Valadares Filho, hoje aliados, mas que na época se encararam naquele final de outubro pelo comando da capital sergipana? Pois é, né?

 

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