Em 1976 vem ao mundo As Rosas Não Falam, primeiro na voz incrível da saudosa Beth Carvalho e depois em gravada em voz e violão pelo próprio Cartola e seu segundo álbum – que, por sinal, foi um imenso sucesso! Mas Paulinho da Viola diz que a ouviu pela primeira vez em 1965 e que ficou um tempo sem conseguir cantá-la pelo tanto que se emocionou na primeira audição. A ideia da música veio de uma roseira frondosa que Dona Zica ganhou e plantou em casa. E como Cartola cuidava dela, Zaica, certa vez, perguntou: “porque essa roseira cresceu tanto?”, no que Cartola responde: “não sei. As rosas não falam!”. Tava ali a semente que, plantada no coração e na mente férteis do mestre, se transforma numa das mais belas canções da história brasileira. E hoje, quando os fins de casos e romances só ganha o caminho do bar e da cachaçada, não deixa de ser engraçado que um exímio boêmio, mas também exímio amante do bom Português – né isso, David Leite? – tenha escrito uma canção tão singular e maravilhosa. E viva Cartola!