AnderSonsBlog pensou que nem mais precisaria entrar no debate da tentativa de judicializar a atuação das Associações Pró-Construção feita pela Associação das Empresas de Construtores de Obras Públicas e Privadas (Aseopp). Afinal de contas, decisão judicial não se discute, se cumpre!

Assim, depois do dia 27 de fevereiro do ano da graça de 23, quando restou claro ao Judiciário sergipano que a atividade associativa para a construção de imóveis pode seguir normalmente, decidindo desfavoravelmente quanto ao pleito proposto pela Aseopp – que este site sempre considerou desproporcional –, tudo parecia marchar para uma desejada pacificação.

Ou seja: empresas em torno da Aseopp seguiriam com suas obras e as Associações Pró-Construção fariam o mesmo, com atenção, tempo e energia dedicados aos seus respectivos clientes, que é quem, no final das contas, realmente importa.

Só que a reação da Aseopp destoou frontalmente do que a Justiça decidiu. E ainda que não assuma essa posição de forma clara, basta conferir a série de entrevistas que o presidente da Aseopp, Luciano Barreto, vem dando desde a primeira semana de março.

Ao longo de seus 84 anos de vida, com mais de meio século dedicado a construção civil em Sergipe, Luciano construiu uma sólida reputação. A sua empresa, a Celi, então, nem é preciso falar sobre a sua importância.

Com tantos predicados assim, seria até óbvio que Luciano, enquanto nome maior da Aseopp, após derrota na Justiça, respeitasse o decidido e tocasse a vida. Afinal, é vida que segue, né mesmo?

Mas a Aseopp entendeu de outra maneira – e AnderSonsBlog respeita esse direito – e partiu pra cima do modelo associativo de construção com uma virulência poucas vezes vistas, ainda mais da parte de alguém do porte de seu presidente.

Daí para a utilização de termos pouquíssimo lisonjeiros, como “contrabandistas”, “ilegais”, “enganadores” e outros foi um pulo. É como se a Aseopp, diante da derrota judicial, não apenas discordasse, o que lhe é um direito, mas decidisse, voluntariamente, a não cumprir o que foi decidido “natoralmente”.

Em respeito aos milhares de associados das Associações Pró-Moradia, cujo direito de escolher a forma como adquirirão seus imóveis residenciais e comerciais tem que ser respeitado, AnderSonsBlog vai se aprofundar radicalmente no tema ao longo dos próximos capítulos desse dramalhão que a Aseopp insiste em levar adiante.

Mas, de antemão, uma lebre precisa ser levantada, até para que a sociedade analise claramente quais seriam os fundamentos de ataques tão virulentos da Asseopp contra as associações – inclusive com insinuação de ameaça de morte, um horror, que caberá ao presidente da Aseopp buscar justamente a Justiça para esclarecer isso.

E essa lebre é a seguinte: com decisão judicial desfavorável proferida, não estaria a assessoria jurídica da Aseopp sendo, no mínimo, omissa ao deixar que o presidente da instituição saia atacando as associações como um caminhão carregado de pedras e sem freio? Se a discordância se dá com o que a Justiça decidiu, o local para esse debate se aprofundar é a mídia ou seria a própria Justiça? Nem precisa desenhar, né?

AnderSonsBlog, portanto, reforça seu posicionamento: em respeito aos milhares de associados, alguns com empreendimentos já entregues – imagina que as primeiras Associações Pró-Construção em Sergipe datam de 30 anos atrás! –, outros com obras em andamento e mesmo os que estão planejando adquirir um imóvel através desse modelo, que é, sim, mais moderno e dá mais poderes aos proprietários dos imóveis, ou seja, ao consumidor final, iremos aprofundar esse tema cada vez mais.

Mas não sem antes propor mais algumas reflexões para que você, leitor e leitora, comece a semana de forma instigante: até que ponto é possível se ir para impedir que a máxima do poeta, “o novo sempre vem”, seja aceita como inevitável? E até que ponto uma estratégia de ataque massacrante prejudica quem está sendo atacado ou tira a razão de quem está atacando? Sigamos!

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