Candisse, mais uma vez surpreendente, supera até forças da natureza ao, junto com o PT, lançar sua pré a prefeita debaixo de um dos mais fortes temporais do ano em Aracaju. Entenda

Este AnderSonsBlog, que sabe que convenções tendem a ser no mesmo dia e horário, optou por dar um rolê nada aleatório nos mais diversos lançamentos de pré-candidaturas para as mais variadas prefeituras.

Lógico que é impossível ir à todas, mas, até aqui, a casa aqui se dá por satisfeita de já ter ido em três deles: o de Valmir de Francisquinho (PL), em Itabaiana; o de Yandra Moura (União), em Aracaju; e, finalmente, o de Candisse (PT), na noite desta sexta, 7, no Cotinguiba – palco, aliás, de alguns dos mais memoráveis momentos da política aracajuana e sergipana.

E se nos dois primeiros é preciso destacar o sucesso pelo viés do gigantismo – o de Yandra, acometido por fortíssima gripe, este blog não resenhou, mas garante que foi realmente muito grande, sendo que o de Valmir pode ser lido AQUI –, no lançamento de Candisse é preciso destacar o imponderável, a superação e a capacidade de fazer quando ninguém acredita, indo lá e… pá! Fazendo acontecer, ora pois!

Sim, porque as chuvas que castigam Aracaju neste ano – e olha que chuvas são bençãos – costumam cair na madrugada, gerando a já famosa Alagaju nas primeiras horas do dia. Mas, nesta sexta, a caldo entornou e o céu fechou as 16h. Por morar longe e conhecer o caótico trânsito aracajuano, AnderSonsBlog se adiantou e entrou no carro as 16:30h, só chegando ao Cotinguiba minutos antes do horário determinado pro início do evento, que foi as 18h. Um ou dois pés de gente. Aí veio logo na cabeça que provavelmente iriam cancelar.

E essa seria a atitude mais óbvia diante de uma av. Augusto Maynard alagada, de uma Beira Mar intransitável e de um céu de chumbo pairando sobre todos. Mas aí é só a opinião aqui da casa que, após ver o cenário, decidiu aguardar – em um bar, claro – pra ver no que vai dar.

Ali por volta das 19h, de volta ao Cotinguiba. E o que teria acontecido, pro tradicional local já estar abarrotado de gente, de muita gente? Bom, aí vem o que está lá em cima no título dessa postagem: Candisse parece ter a disposição de atravessar os mais tormentosos mares, os mais tortuosos caminhos e os mais agressivos desafios para fazer o que parece estar desenhado para acontecer.

E, nesse caso específico do lançamento de sua pré-candidatura, Candisse superou até as forças na natureza para cumprir o proposto, sendo firme na postura e inarredável no propósito. E mesmo que tenha quem, por posicionamentos políticos opostos, tente diminuir o feito de Candisse e do PT na noite da sexta, só quem esteve por lá pode falar de cátedra. E esse é o caso aqui da casa: o evento foi muito caloroso e forte!

E acabou sendo essa a tônica de todo o evento: firmeza no propósito. Tanto que o grito de guerra, entoado por geral em uníssono, foi “é pra lutar/é pra vencer/Candisse é o nome do PT”. E aí foram falas variadas de gentes do PT, de gentes dos movimentos sociais e de apoiadores em geral, com destaque para lideranças populares presentes.

Mas chamou a atenção deste AnderSonsBlog três falas específicas: a do secretário geral do PT, Henrique Fontana, do senador Rogério Carvalho e do também senador, e líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner.

Logo de cara, Henrique Fontana destacou a união petista, garantindo que todos, a partir da definição do PT por Candisse, estarão com ela, inclusive o ministro da secretaria Especial da Presidência, Márcio Macedo – que, como se avalia pela imprensa sergipana, embora ele mesmo não tenha dito isso publicamente, poderia ser uma peça de resistência à Candisse. Pela fala de alguém que está na posição em que está, caso do Fontana, fica claro que o PT tá fechado com Candisse, viu?

E foi nessa direção que Rogério Carvalho também falou, recuperando a perfil histórico de diversos militantes presentes e assegurando que o ‘disse-me-disse’ de que o PT não marcha unido é uma narrativa dos adversários do PT, embora não tenha deixado de tocar no ponto nevrálgico: o PT é de debates e lutas internas mesmo e é assim mesmo, né isso?

E, por fim, mas não menos importante, Jaques Wagner fez reverência a memória do saudoso Marcelo Deda, à sua amizade de 46 anos com Lula, que o chama de “Galego”, reforçou que as disputas, discussões e embates internos do PT ajudam a fazer do partido o que ele é, lembrou que, em 06, quando se candidatou a governador da Bahia, por essas alturas daquele ano tinha 2%, contra mais de 70% do adversário, mas foi ele quem ganhou no 1º turno, e que estava ali representando o PT nacional e o próprio Lula no apoio à Candisse, visto que ela foi aprovada por todas as instâncias partidárias. Precisa dizer algo mais?

E quanto a Candisse, um discurso exato, na medida e sem exageros tão comuns nos períodos eleitorais. Especialmente quando disse que não é “nem salvadora da pátria e nem ilusionista”, a pré-candidata arrancou calorosos aplausos, dando a entender que a linha mestra da sua comunicação com a população será voltada pra olhar no olho e falar a verdade – o que é, sem dúvida, um bálsamo pros ouvidos de todo mundo, pois é um saco ouvir a mesma cantilena eleitoral a cada dois anos, né não?

E diante de tanta dificuldade para o evento ocorrer diante de um céu que desabou em água ao final da tarde da sexta, é bom o pessoal se atentar pra um fato: Candisse demonstra uma resistência bem acima da média. E ao ver seu nome ovacionado em um evento em que o petismo lhe assegurou posição claríssima de pré-candidata a prefeita de Aracaju, já dá pra dizer que Candisse pode até ‘fazer chover’ eleitoralmente na horta do PT aracajuano, que ninguém duvide disso, viu? Vai vendo!

P.S.: um detalhe que muitas vezes passa despercebido é que ao chegar quase na beira do palco no início do evento, Candisse foi erguida nos ombros para subir direto, sem ter que se dirigir às laterais. E quem ergueu Candisse? O indefectível Branca de Neve. Pode ser um prenúncio do que vem por aí, já que Branca, que é filiado ao PT, já levantou nos ombros gente como Jackson Barreto, Edvaldo Nogueira e o saudoso João Alves. Além disso, levantou nos ombros um Belivaldo Chagas, em 18, com 1,5% de intenção de votos nas pesquisas, mas que acabou governador reeleito. E, mais recentemente, levantou nos ombros Valmir de Francisquinho, que não levou as Eleições 22 pra governo, mas foi, sim, o mais votado. Ou seja: ah ombrinho abençoado esse de Branca, viu? Sigamos…

 

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