Canindé e a Maldição da Grande Arrecadação: confusão só se dá em meio à fartura arrecadatória, pois quando cai a arrecadação, ninguém quer nem saber

Anos 1990, Canindé se torna o paraíso administrativo, com dinheiro saindo pelo ralo de tanto que abundava. Tudo por conta da Hidrelétrica de Xingó e a fartura de royalties e arrecadações.

Junto com a bonança, de forma concomitante, veio a desgraça, com eleições fraudadas, urnas queimadas, radialista (Zezinho Cazuza) assassinado, político condenado (Galindo) e um verdadeiro cabaré administrativo se instaurava. E tome-lhe intervenção!

Já na primeira década dos anos 2000, a coisa foi se acalmando. E essa calmaria teve um nome decisivo: Orlandinho Andrade. Só que o saudoso ex-prefeito estruturou as finanças, os serviços públicos e os proventos dos servidores para a fase de “maré alta” em termos de arrecadação.

Daí que um imbróglio no STF fica de decidir se as benesses arrecadatórias iriam para Alagoas, via município de Piranhas, ou se seguiriam com Sergipe, justamente via Canindé. Até a decisão final, nadica de nada de grandes arrecadações.

A coisa degringolou a tal ponto que o antes imbatível Orlandinho não conseguiu eleger seu sucessor e quem assume a prefeitura foi Pastor Heleno, à época, o mesmo Heleno Silva de hoje. A coisa seguiu tão ruim, mas tão ruim que Heleno nem tentou a reeleição e, de lá para cá, não ganhou mais nenhuma eleição!

Restou a Orlandinho novamente se candidatar, vencer – pois o povo continuava confiando que ele poderia devolver a paz à Canindé e pode até ser que ele conseguisse mesmo, jeitoso que só a pé que ele era – porém, por infortúnio do destino, acabar falecendo bem no início de sua terceira gestão. Uma tragédia terrível!

Assumindo o vice, Ednaldo da Farmácia, a coisa seguiu ladeira abaixo a ponto de até afastado Ednaldo ter sido, recuperando o mandato depois e também desistindo de tentar se reeleger.

Aí vem 20 e os ventos da esperança voltam a soprar sobre as urnas canindeenses. Weldo Mariano vence, tendo como vice Pank e parece que a coisa agora vai, né?

Pois… a confusão é tão grande que Weldo, de uma canetada, demite uma porrada de comissionados e, ainda assim, não fecha as contas. Diante de tantas investigações e possibilidades de nova intervenção, Weldo se afasta por, inicialmente, 6 meses.

Mas menos de dois meses depois resolve voltar, tirando Pank da cadeira de prefeito e desfazendo todas as nomeações que o vice havia feito.

Só que há um detalhe novo: o STF decidiu que o bolo arrecadatório oriundo da usina da Hidrelétrica de Xingó e da energia nela produzida pertence à… Canindé!

É ou não é uma maldição essa coisa da grande arrecadação? Mas apesar de ter desenterrado uns esqueletos aqui e ali para contar essa história, ela nada tem de mal-assombrada. O problema, minha gente, é justamente gente! E gente com dinheiro e poder é brincadeira?

Olha, leitor e leitora, não é jogando praga, não, viu? Mas a Lei de Murphy tá intrinsecamente ligada a toda essa história até aqui contada de forma tão absurdamente resumida, pra não tomar o seu tempo em excesso, e que envolve Canindé e a Maldição da Grande Arrecadação: quando alguma situação tiver que dar em merda, relaxe! É porque ela vai dar em merda mesmo e ponto!

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