Combatendo a Covid-19 e as fake news “institucionalizadas”

Não se trata de favor algum ou de escolha de lado. Se trata de garantir informação correta para a população. E essa pandemia tem sido pródiga na desinformação e no uso politiqueiro de um drama mundial. No Brasil, então, nem se fala. Mas a coisa chegou a um nível tal de manipulação e desinformação que o Colegiado de Secretários Municipais de Saúde do Estado de Sergipe (COSEMS/SE), órgão eminentemente técnico, teve que lançar nota de repúdio sobre o que denomina de “fake news infundadas, de pessoas desinformadas e alheias à verdade sobre valores recebidos pelos municípios para enfrentamento e combate a pandemia da Covid-19”. A nota é longa e minha coluna é breve. Mas, antes de destacar o que dela se tira de essencial, voltemos um pouquinho no tempo. No início da pandemia, Ministério Público – estadual e federal – alertou gestores sobre não utilizar a pandemia para fazer política eleitoral, sob risco de punições. Atitude corretíssima. Mas, passada a fase inicial e chegando ao atual momento, o que mais se vê são adversários políticos desses mesmos gestores, de olho nas eleições municipais, inundando as redes sociais com fake news, notícias falsas mesmo, afirmando que os prefeitos e governadores estão “enchendo as burras” com dinheiro público que seria para combater a pandemia para se “darem bem”. Sem “dourar a pílula”, pode e até deve ter gestor público fazendo isso, o que merece investigação e punição. Mas o fato, destacado muito bem pelo COSEMS/SE, é que os números alardeados pelas fake news não condizem de maneira alguma com a verdade. Detalhando tecnicamente o que foi realmente destinado pelo Governo Federal para o combate à Covid-19, a nota do colegiado explicita uma verdade irrefutável: a maioria absoluta dos repasses feitos para Estados e municípios nesses meses pandêmicos dizem respeito a, conforma nota sustenta, “RECOMPOSIÇÃO DO FPM que garante o repasse mensal de 2020 no mesmo patamar de 2019”. Resumindo: os gestores têm sido obrigados a combater a pandemia com valores baixos, complementados a duras penas a base de economia extrema e recursos próprios, pois o grosso do que eles têm recebido serve apenas para recompor as perdas gigantescas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – e dos Estados também – por conta da redução da atividade econômica.

Trocando em miúdos

O texto acima pode não ter sido mais claro por conta dos tecnicismos necessários para sustentar a nota de repúdio do COSEMS/SE. Assim, vamos trocar em miúdos: o que as fake news produzidas pelos adversários políticos e politiqueiros dos gestores tentam fazer é enganar a população dizendo que “dinheiro tem, o que falta é ação”.

Seis por menos de meia dúzia

Mas analise comigo: se os recursos repassados são para compensar a perdas de 2019, nos mesmos valores do ano passado, e se em 2019 não teve pandemia, então os valores se tornam automaticamente menores, né não?

Punir a todos, sem exceção

Por isso mesmo que este blog se posiciona claramente sobre o tema: ora, se um prefeito ou governador utilizar recursos de combate a pandemia ilegalmente, que ele seja punido. Mas se um adversário, se utilizando da pandemia, aterrorizar a população afirmando que o gestor a que ele se opõe “recebeu milhões e não está fazendo nada”, que ele seja punido também.

Vidas não valem mais que eleição

Porque, no fim das contas, ao desinformar a população, esse mesmo opositor, de forma irresponsável, coloca em risco a vida das pessoas, pois a população pode se desesperar por acreditar que recursos existem e que os gestores é que são os culpados pela pandemia se agravar. Simples assim!

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