Criticar Emília Corrêa sem lembrar o que a gestão de Edvaldo Nogueira deixou como herança em Aracaju tem um quê de desonestidade intelectual, né não?

Não, leitor e leitora, este AnderSonsBlog não acha que a gestão da prefeita Emília Corrêa (PL) em Aracaju seja perfeita. Mas é preciso lembrar que ela não tem nem 5 meses completos na prefeitura. E aí não é uma questão de ter paciência, não! É uma questão de calendário mesmo, ora pois!

Mas também é preciso destacar que Emília, ao assumir, herdou a prefeitura de Edvaldo Nogueira (PDT) e que, também longe da casa aqui querer crucificar o ex-prefeito, é preciso reconhecer que nem tudo era perfeito na prefeitura e nem na cidade na gestão passada.

Vamos com apenas dois exemplos: o primeiro são as chuvas e os consequentes alagamentos. Uma cidade como Vitória, capital do Espírito Santo, tinha problema semelhante que perdurou por muitos anos. Aí, quando os gestores, em série, se debruçaram sobre o tema, a coisa andou e, hoje, chove como antes por lá, mas a situação dos alagamentos melhorou e muito! E sabe, leitor e leitora, quanto tempo para que as obras infraestruturantes em Vitória ficassem prontas? Mais de 10 anos!

Ou seja, cobrar de Emília algo que Edvaldo teve quase 15 anos pra resolver e não resolveu é bem complicadinho, viu? E nem se trata necessariamente de defender Emília, mas de se respeitar esse velho senhor chamado ‘Tempo’. Assim, mesmo que Emília faça tudo o que Edvaldo não fez, ainda assim levará uns bons anos para que as coisas se resolvam efetivamente nessa questão seríssima que são os alagamentos.

E o segundo exemplo é ainda mais factual: a Controladoria Geral do Município (CGM) da prefeitura de Aracaju informou que identificou irregularidades no contrato firmado entre a secretaria da Saúde e o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS) para gestão da Maternidade Lourdes Nogueira.

Trata-se de um relatório técnico com os resultados de uma auditoria realizada pela CGM e que foi foi concluído no dia 10 de abril, sendo encaminhado na última quarta, 21, ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE).

Como o relatório segue sob sigilo até uma deliberação do TCE/SE, AnderSonsBlog não vai sair apontando dedo e nem nada em direção a Edvaldo. Mas uma manifestação da própria CGM sobre as razões que levaram à auditoria é autoexplicativa: “(essas falhas) comprometem a avaliação da eficiência dos serviços prestados e afetam diretamente os valores de repasse financeiro, tanto os fixos, quanto os variáveis“.

Veja, leitor e leitora, não se trata de acusação, mas de uma constatação que, ao passar pelo crivo do TCE/SE, pode e deve levar aos necessários reparos e ajustes na forma de realizar esse tipo de contratação e, se for o caso, até a punição dos responsáveis por algum malfeito que possa ter ocorrido.

E como a atual administração municipal cancelou o contrato do INTS para gestão da Maternidade Lourdes Nogueira no dia 2 de abril, é preciso deixar claro que a responsabilidade sobre o mesmo não é da gestão de Emília Corrêa, mas sim da gestão de Edvaldo Nogueira!

Portanto, não há problemas em criticar a atual gestão. Mas fazer isso como se, na gestão passada, tudo fosse um ‘paraíso na terra’ em Aracaju, aí já é forçar a barra demais, resvalando perigosamente na famosa ‘desonestidade intelectual’ que, infelizmente, anda tão na moda em tempos de radicalismos políticos. É isso!

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