Texto bom não se guarda, se espalha! E é isso que mais uma edição do nosso VALE LEITURA faz agora com uma genial e corretíssima análise feita pelo jornalista e radialista Ferreira Filho, do Sintonia Notícias (leia AQUI). Mas melhor do que falar é chamar logo o feito a ordem: leia o texto de Ferreira porque ele, sem dúvida, VALE LEITURA!
“Opinião: Emília foi eleita para quatro anos, não para um semestre
Ferreira Filho*
A prefeita de Aracaju, Emília Correia, tem sido uma das figuras políticas mais vigiadas de Sergipe. Desde que assumiu o cargo, sua gestão passou a ser alvo de um escrutínio incomum — às vezes exagerado — por parte de críticos que parecem esquecer que ela foi eleita para um mandato de quatro anos, não para apenas um semestre.
O nível de cobrança que se instalou nos primeiros meses de governo chama atenção. Há uma ansiedade evidente por resultados imediatos, como se fosse possível resolver, em poucos meses, os problemas estruturais acumulados por décadas na capital sergipana. É claro que a fiscalização é não só legítima, mas essencial. O problema é quando ela se transforma em patrulha política disfarçada de zelo institucional.
Um exemplo curioso dessa vigilância excessiva é a polêmica em torno dos presentes que a prefeita tem recebido — roupas, acessórios, joias. A insinuação de que tais gestos possam esconder favorecimentos beira o absurdo, sobretudo quando não há qualquer indício de troca de benefícios envolvendo a máquina pública. Presentear figuras públicas não é novidade no Brasil. E, desde que não haja contrapartida, trata-se de uma prática comum — gostemos ou não. Fora disso, é barulho, é mimimi.
Mas o que realmente impressiona é a postura de parte da oposição e de alguns setores que, apesar de jurarem publicamente que não torcem pelo “quanto pior, melhor”, se comportam exatamente como torcedores desse projeto. A crítica, nesses casos, não constrói — ela apenas desgasta, enfraquece, e se alimenta do imediatismo e da impaciência.
O mandato de Emília Correia está só no começo. As cobranças virão, como devem vir. Mas é preciso ter clareza sobre o tempo necessário para que políticas públicas amadureçam e entreguem resultados concretos. A pressa em condenar uma gestão recém-iniciada revela mais sobre quem critica do que sobre quem governa.
Se a prefeita falhar ao longo do mandato, que seja criticada com o peso e a responsabilidade que o cargo exige. Mas enquanto isso, é justo lembrar: ela foi eleita para quatro anos. E ainda estamos no primeiro capítulo dessa história
*é jornalista e radialista dos muito bons, viu?“.