Não tem nem o que discutir: Abin Paralela no encalço do senador Alessandro Vieira (MDB) e a presença de dois militares, ainda em 21, em Aracaju pra tentar devassar a vida do senador Rogério Carvalho (PT) são coisas que estão dentre as mais abjetas possíveis na vida pública.

E olha que, em relação a Alessandro, AnderSonsBlog não poupa críticas inclusive pela postura dele, por exemplo, num episódio em que ele colocou a Polícia Federal no encalço do então deputado estadual Rodrigo Valadares (União) por conta de uma suposta veiculação de fake news que supostamente dizia ser Alessandro de ‘esquerda’. Nada provado contra Rodrigo, o episódio ficou apenas foi feio mesmo para o senador.

Já em relação a Rogério, é inegável que ele se posiciona como um firme oposicionista ao governo estadual, assim como foi das figuras mais destacadas na oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL), justamente quando o tal ‘gabinete do ódio’, sustentado por informações da tal Abin Paralela, agiu fortemente. E isso só torna mais grave ainda essa ilegalidade travestida de ‘investigação’ contra o senador.

Em verdade, tanto Alessandro como Rogério foram vítimas. E aí não importa se a pessoa tem ou não simpatia por um dos dois. E só não se indigna com uma situação absurda dessas quem realmente simpatiza com regimes totalitários, não importando se forem eles com viés à esquerda ou à direita.

No final das contas, se deixarmos episódios como esse da Abin Paralela passarem batidos, mais cedo ou mais tarde seremos nós mesmos os ‘investigados’. E numa hipótese dessas, nem mesmo a simpatia pelo totalitarismo resiste a ter a própria vida devassada.

E nem venham com chorumelas de que ‘quem não deve, não teme’. Afinal, como diria o poeta, de ‘perto ninguém é normal’. Imagina então um escrutínio minucioso sobre a vida pessoal, econômica ou mesmo familiar. Tem quem durma com um barulho desses?

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