Kitty, Talysson, Goretti e uma força-tarefa que nem deveria existir

Antes de qualquer coisa, AndersonsBlog, que quase nunca se imiscui em assuntos nacionais – e, em respeito ao leitorado, lembra que essa opção editorial se fundamenta no fato de que já tem muita gente boa fazendo isso –, fará uma exceção à regra: lembrando que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é indefensável na maioria de suas declarações e numa grande parte das decisões de seu governo, opinião que não se baseia em ideologia ou desempenho administrativo, mas na própria figura presidencial e na forma como tudo vem sendo conduzido, com foco na polêmica gratuita em detrimento das soluções necessárias, AndersonsBlog tentará contribuir com o debate sobre veto presidencial ao projeto que garantiria distribuição gratuita de absorventes para jovens estudantes de baixa renda, resolvendo a assim chamada pobreza menstrual. O veto, em si, já é suficientemente execrável, visto que não se trata de nenhum luxo para as beneficiadas, e nem de nenhuma extravagância do poder público. Porém, uma ressalva se faz necessária: ainda que seja culpa do próprio Bolsonaro e de seu modus operandi a repercussão negativa e o ataque, justíssimo, diga-se, da oposição quanto ao veto, o tema não pode e nem deve se esgotar no presidente. E sabe por que, leitor e leitora? Ora, por se tratar de algo infinitamente maior do que a mera opinião do governo de plantão. É uma questão humanitária e ponto! Assim, que tal atentarmos para duas situações claras e distintas? A primeira é positiva: a prefeitura de Aracaju já fez sua parte e garantiu, através do projeto Florir, a distribuição gratuita de absorventes na rede municipal de ensino, além de ações sobre saúde menstrual para meninas e adolescentes. Enquanto isso, três parlamentares estaduais, Kitty Lima (Cidadania), Talysson de Valmir (PL) e Goretti Reis (PSD), têm projetos apresentados na Alese para que a pobreza menstrual seja combatida de fato e de direito, o que se configura numa espécie de força-tarefa para que se encontre uma solução para o problema. Só que, leitor e leitora, a mesa diretora da Alese não colocou, ao menos até o momento, nenhum deles na pauta de votações. Ou seja: um assunto tão importante serve para alimentar embates entre situacionistas e oposicionistas, no plano nacional, mas, do ponto de vista prático, resolutivo mesmo, permanece engavetado, infelizmente, no plano estadual. A pergunta se torna inevitável: o debate sobre pobreza menstrual visa melhorar a vida das jovens economicamente mais fragilizadas ou apenas manter esse Fla x Flu interminável em relação ao governo Bolsonaro? Com a palavra o Legislativo estadual…

1 Comentário

  • Murilo Gomes

    14 de outubro de 2021 - 07:09

    O presidente Bolsonaro, as vezes exagera no que diz, às vezes dizem por ele ou fazem interpretações deturpadas do que ele disse. Mas o governo dele, a meu ver é impecável na competência e honestidade e faz o que pode dentro do que permitem que eles façam. Quando não é o congresso que senta na pauta é o STF que legisla e executa.

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