Misoginia tem “cura”? Atitudes como a de Marco Feliciano, em Brasília, e de Cabeça de Porco, em Itabaiana, afrontam à sociedade e esculhambam a política. Triste!

A palavra misoginia é toda pomposa, né? Agora, ser considerado misógino não tem pompa e muito menos circunstância. Na verdade, o misógino é um pária, um imbecil que se considera empoderado, um arremedo de gente, pra dizer o mínimo.

Olha só a definição googleniana para misógino: “indivíduo que sente repulsa, horror ou aversão a mulheres”. Para muitos estudiosos sobre o tema, não é nem sequer uma questão da sexualidade, pois o misógino não necessariamente sente atração por homens. Ele simplesmente odeia mulheres. É complicado, mas com dois exemplos a coisa toda pode ficar mais clara.

O deputado federal Marco Feliciano (PL/SP), nesta terça, 8, em meio a debates na CPMI do 8 de janeiro, em Brasília, não satisfeito em bater boca com a senadora Soraya Thronicke (Podemos/MS) – o que é do jogo e da política –, simplesmente resolveu bater na mesa, levantar e encarar, ameaçadoramente, sua colega parlamentar.

Já na semana passada, o vereador Cabeça de Porco (PSD), em Itabaiana, não satisfeito em discordar politicamente da vereadora Edilene Barros (PL), partiu pra cima da colega parlamentar insinuando que ela seria traidora e defensora de corruptos. Mas fazendo isso de forma agressiva, cheia de sarcasmo e com pitadas de escárnio.

Com esses dois exemplos, vamos lá: em que pese Feliciano não concordar com Soraya, embora estejam em campos políticos mais similares do que opostos, o que justificaria uma batida na mesa e uma encarada ameaçadora?

Se isso não deve ser feito nem com parlamentares homens, afinal o parlamento foi feito para se debater, não para se bater (e nem ameaçar bater) em ninguém, não fica claro que Feliciano e seu destempero tentaram calar Soraya “na tora”?

E mesmo que Cabeça e Edilene estejam em campos políticos opostos, se não tem provas materiais nem de corrupção e nem de traição, que peste quer o vereador quando faz esse tipo de insinuação contra a vereadora?

Não tá na cara que ele quer intimidar Edilene e, com isso, tentar impedir a parlamentar de exercer livremente o seu direito de se manifestar na Câmara itabaianense?

Aí, enquanto Feliciano se sai com uma “acusação” de que foi cuspido pelo senador Rogério Carvalho (PT) para desviar a atenção – vai ter até VAR pra ver se Rogério cuspiu ou não, meu Deus do céu! –, Cabeça de Porco foi representado por Edilene na Comissão de Ética da Câmara de Itabaiana e terá suas palavras medidas e avaliadas pela comissão que é presidida pela vereadora Ivoni (MDB), aliada de Cabeça, mas, ainda bem, mulher!

Mas os dois casos acima servem também para explicar um fenômeno terrível que assola a sociedade: já ouviu a máxima de que “pessoas de bem não entram para a política por conta da baixaria”? Pois é, de baixaria em baixaria muita gente boa acaba mesmo resistindo a entrar para a política. E isso é pior para a política e para a sociedade, é óbvio!

Mas o que é ruim pode piorar: já percebeu como o ambiente na política é composto majoritariamente por homens? Então, é justamente por ter ainda “homens” do porte moral de um Feliciano e de um Cabeça que muitas mulheres evitam entrar para a política, né verdade?

Mas isso tem que acabar! Soraya e Edilene, contem com a força e o apoio deste modesto AnderSonsBlog. E mulheres, atentem: se gente fuleira tenta intimidar a participação de vocês na política, aí é que vocês devem entrar!

Como não cabe todo mundo, afinal eleição é uma disputa, quanto mais mulheres na política, maiores serão as chances de extirpar essa gente agressiva da vida pública, né isso? E estamos conversados!

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2 Comentários

  • Maria Prata

    9 de agosto de 2023 - 20:30

    Muito bom!! 👏🏻

  • Ribeiro Filho

    10 de agosto de 2023 - 03:54

    Recebi um meme de um membro do PT (todo orgulhoso) no qual o Senador afirma “cuspi e cuspo” essa não deve ser a atitude de nenhum parlamentar. Não votamos nessa cambada de moleque, para atuar com baixaria no Congresso. Todos independente de gênero são pagos para legislar com ética e lisura.

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