14 = Jackson X Edivan + 18 = Belivaldo X Edivan + 22 = Alessandro X Edivan. Seria a fórmula da velha política nova ou seria da nova política velha?

“Eu vejo um museu de grandes novidades”, sentenciou o poeta Cazuza – ê saudade de bons textos na música, né não? Mas a frase que abre esse texto remete diretamente as eleições sergipanas que, neste ano da graça de 22, repete uma formulazinha danada: todo mundo quer tirar uma casquinha, para o bem e também para o mal, do empresário Edivan Amorim.

Reconhecido e louvado como um articulador político exímio, todos, mas absolutamente todos os citados no título acima, pelo menos em um momento das suas trajetórias políticas já tiveram algum tipo de entrelaçamento com o próprio Edivan. Quer ver?

Jackson Barreto (MDB), em 10, queria ser senador. Edivan articulou a candidatura de seu irmão, Eduardo Amorim (PL), ao Senado, JB foi a vice do saudoso Marcelo Déda e, após a precoce partida da estrela petista, virou governador e se reelegeu para o cargo, disputando a eleição de 14 contra o próprio Eduardo. Portanto, Jackson deve agradecer a Edivan por ter chegado aonde chegou, né não?

Agora vamos de Belivaldo Chagas (PSD): o atual governador, em 12, foi candidato a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE). Só que, com articulação de Edivan, a escolhida, por 13 votos a 9, foi a ex-deputada estadual e atual conselheira Suzana Azevedo, num episódio que sacramentou o rompimento entre Edivan e Déda. Mas, apesar da derrota à época, Belivaldo tem muito a agradecer a Edivan, pois se tivesse vencido a eleição na Alese para o TCE/SE, seguramente não chegaria ao governo estadual como chegou, né isso?

E o senador Alessandro Vieira (PSDB)? Bem, esse iniciou na política pelos próprios esforços, em 18. Mas, neste 22, conversou com Edivan – que revelou o encontro entre ambos sem ser rechaçado – em busca de apoio e/ou parceria. E mesmo que, ao menos até agora, não tenha logrado sucesso nesse intento, Alessandro também tem que agradecer a Edivan e AndersonsBlog, mais adiante nesse mesmo texto, dirá do que se trata, certo?

Mas se todo mundo conversa com Edivan Amorim, se todos querem ouvi-lo, querem seu apoio, aconselhamento ou algum tipo de intervenção dele nas suas legítimas pretensões eleitorais, por quê peste é que, após essas conversações não avançarem, Edivan se transforma numa espécie de bicho-papão a cada eleição, como aconteceu em 14, em 18 e, muito provavelmente, acontecerá neste 22?

AndersonsBlog não vai entrar no mérito, mas fará, sim, uma leitura bem básica sobre esse, digamos, fenômeno: o problema é que todos que querem apoio de Edivan, ao não tê-lo, passam a “odiá-lo”, ao menos no período eleitoral. Por isso que a razão deste texto de AndersonsBlog não seria outra se não a colocação de Alessandro Vieira, buscando chamar a atenção para sua pré ao governo, quando disse que nada mudaria no Estado se o vencedor para o governo tiver o apoio de Edivan. Mas, ora pois, o próprio Alessandro não foi buscar tal apoio?

E, de mais a mais, Alessandro também deveria agradecer a Edivan por uma razão bem objetiva: seu pré a vice, confirmado no início desta semana, o também empresário Milton Andrade, antes de se filiar ao Cidadania, presidia o diretório aracajuano do… PL, cuja presidência estadual é ocupada por… Edivan!

Como diria o jornalista David Leite, “me bata um abacate” diante de tanta hipocrisia que já estamos vendo nesse período pré-eleitoral. E tem mais uma coisa: o pré ao governo mais que governista, Fábio Mitidieri (PSD), só não assumiu a mesma postura de ataque a Edivan já praticada, lá atrás, por Jackson Barreto, por Belivaldo Chagas e, agora, por Alessandro Vieira, por que, no fundo, aguarda ainda decisão do TSE sobre a pré de Valmir de Francisquinho (PL) ao governo. Se Valmir passar pela corte eleitoral, se prepara, Edivan, que lá vem pancada!

E assim, de eleição em eleição, ao invés de propostas concretas dos pretendentes ao governo, Sergipe vai vendo a tentativa de criar um bicho-papão a cada disputa por esses mesmos pretendentes.

Mas, por falta de criatividade ou por pura perseguição, o mesmo alvo, a mesma pessoa, se repete a cada eleição: Edivan Amorim. “Eu vejo o futuro repetir o passado”, disse também Cazuza. Mas, neste ano da graça de 22, será que a repetição do mesmo modus operandi irá surtir efeito? Por tudo o que dizem as pesquisas eleitorais até o momento, parece que não! Sigamos!

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