Apesar da vitória nominal, com 229 votos favoráveis, 218 contrários e 1 abstenção, a PEC do Voto Impresso acabou rechaçada no plenário da Câmara dos Deputados na noite desta terça, 10. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição – daí a abreviação PEC –, para ser aprovada seriam necessários 308 votos a favor, ou um terço do total de deputados federais. Bem, isso quer dizer que o assunto está encerrado, como questiona o título desta postagem? Veja, leitor e leitora, para AndersonsBlog só o tempo dirá, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez dessa votação sua maior bandeira até este momento de seu mandato e essa derrota deve pautar o comportamento do presidente em relação aos parlamentares. Assim, para que tenhamos um termômetro da reação presidencial, vejamos como os deputados sergipanos se comportaram na votação: Bosco Costa (PL), Fábio Henrique (PDT), Gustinho Ribeiro (SD), João Daniel (PT) e Valdevan 90 (PL) votaram contra, enquanto Fábio Reis (MDB) e Laércio Oliveira (PP) se posicionaram favoravelmente ao voto impresso. Já Fábio Mitidieri (PSD) esteve ausente durante a votação. Em relação aos votos contrários, Fábio Henrique, João Daniel e Valdevan, bem como o ausente Fábio Mitidieri, não devem sofrer nenhuma consequência, uma vez que não têm nenhum quinhão visível da administração federal em Sergipe. Como Bosco Costa já havia externado sua insatisfação com a falta de atenção do governo para com ele, então não deve se incomodar se alguma sanção a indicações suas surgirem. Portanto, dentre os deputados que votaram contra a PEC, apenas Gustinho Ribeiro, um dos vice-líderes do governo na Câmara, é que pode ser alcançado caso Bolsonaro resolva “mostrar as unhas” para quem não atendeu ao seu chamado pela aprovação do voto impresso. E, ao final e ao cabo, Fábio Reis e Laércio Oliveira devem concentrar ainda mais poderes, cargos e influência junto a administração federal. Enfim, para avaliar o quanto a derrota do voto impresso na Câmara incomodou Bolsonaro bastará algum tempo e o acompanhamento do Diário Oficial da União. Se vierem muitas canetadas por aí, resultando em dança das cadeiras nos cargos federais em Sergipe, o presidente demonstrará que “pegou ar”, né isso? A conferir.