Coincidentemente, ou não, o último decreto estadual sobre as questões restritivas em relação aos protocolos sanitários sobre a Covid-19 tratou da realização de vaquejadas. Tem gente que torce o bico, tem gente que ama de paixão. Mas não é possível que, em sã consciência, nenhuma pessoa ignore essa atividade esportiva que, em suma, é uma atividade econômica gigantesca e que, de há muito, deveria ser elevada à condição de essencial para a afirmação da nordestinidade e para a pacificação de um entendimento básico: a vaquejada é fruto da pega e derrubada do boi fujão, sem mais! Assim, os que torcem o bico para a vaquejada, que deixem de comer carne bovina, ora pois! Já para os que amam de paixão a vaquejada, um alento: tem gente com disposição e com coragem suficientes para manter a tradição viva! É o caso dos realizadores da 58ª Vaquejada do Parque Zezé Rocha, em Lagarto/SE. Lagartense que é, AndersonsBlog trata desse tema com os cuidados necessários para não se tornar piegas ou bairrista. Mas ver que a moçada não descuidou de nenhum detalhe nessa 58ª edição de tão tradicional evento, acaba enchendo de alegria e orgulho o coração desse jornalista. Acompanhei de perto essa trajetória, pois trabalhei nas emissoras de rádio do próprio Zezé Rocha há coisa de mais de 20 anos. Mas nesse domingo, 29 de agosto, ver que centenas de equipes de vaqueiros, das mais diversas regiões do país, estavam em Lagarto, ainda que sem festa, sem shows, sem público, mas mantendo viva a tradição da vaquejada como sendo a essência de suas vidas, sinceramente deixou uma ótima impressão. E, pra alavancar ainda mais essa ótima impressão, uma rápida conversa com Beto Rocha, filho mais velho do próprio Zezé, presente, partícipe e atento a tudo aquilo que ali ocorria, deu a certeza de que, resistindo e insistindo, essa imensa tradição cultural nordestina não haverá de se acabar em meio a tantas distrações tecnológicas que, em tese, são muito massa, mas que não garantem nada para a nossa vida real. Valeu boi para o Parque de Vaquejada Zezé Rocha!