Este mesmo AndersonsBlog já havia alertado que o governador Belivaldo Chagas (PSD) estava em vias de experimentar um desgaste pra lá de desnecessário em relação ao comando da Polícia Militar, a cargo do Coronel Marcony, nomeado justamente por… Belivaldo, claro! A celeuma toda vem de uma série de denúncias protocoladas pela Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese) junto ao Ministério Público do Estado de Sergipe (MP/SE), devida e brilhantemente trazidas à luz para toda a sociedade através do Blog do Cláudio Nunes. Por avaliar que a imprensa em geral estava dando muito pouca atenção ao assunto, AndersonsBlog, humildemente, resolveu se somar ao amigo jornalista e também passou a analisar a situação como um todo, mas dando especial destaque ao fato de que as possíveis irregularidades cometidas sob a anuência do comandante da PM/SE, e que geraram uma enxurrada de denúncias da Amese ao MPE/SE, mais cedo ou mais cedo acabariam caindo no colo do governador. E não deu outra: o promotor Jarbas Adelino, em nome da 7ª Promotoria de Justiça dos Direitos do Cidadão, Especializada na Defesa do Patrimônio Público, da Previdência Pública e da Ordem Tributária, deu prazo de 10 dias úteis para que o comando da PM/SE se pronuncie sobre, neste momento, duas das muitas representações já feitas pela Amese, especificamente as que dizem respeito sobre supostos recebimentos de gratificações indevidas por dois coronéis da PM/SE: Eliziel Alves Rodrigues e Edenisson Santos da Paixão. Inclusive a Amese denuncia que, somente num desses casos, o prejuízo ao erário passaria de R$ 97 mil. Mas como a decisão em todas as análises feitas por aqui sobre esse assunto foi de não deixar que o sensacionalismo barato prevaleça, nem nomes e nem valores, apesar de serem vultosos, são prioritários. Ou seja: não são os efeitos – que, conhecendo a competência do MP/SE, serão severamente analisados e, se for o caso, devidamente denunciados –, mas as causas que, enfim, estão sob o crivo analítico de AndersonsBlog para, assim, abrir os debates e as reflexões na sociedade. A primeira delas é o ponto em comum nessas duas e nas demais denúncias oferecidas ao MP/SE pela Amese: a responsabilidade direta do comandante da PM/SE, Coronel Marcony, em tudo o que foi denunciado. A segunda causa é por demais óbvia: o comando da corporação vive em descompasso, sem a mínima sintonia, com uma associação importante e representativa. E isso é um sinal muito ruim. E a terceira causa identificada também havia sido cobrada por aqui: o comandante da PM sergipana deveria ter se manifestado publicamente há tempos sobre as denúncias, até por essa novela já se arrastar há um tempão, né isso? Diante dessas causas muito prováveis e relevantes, surgiram os efeitos a serem avaliados pelo MP/SE. Mas a principal consequência disso tudo segue sendo a mesma: o governador, fiel ao seu estilo, não moverá uma palha e, por agora, assistirá a corda sendo esticada. Acontece que o resultado disso é justamente aquele desgaste desnecessário citado lá em cima nesse mesmo texto. Enquanto isso, o comandante da PM/SE, cuja história de vida na corporação já alcançou o topo, seguirá fazendo cara de paisagem e só se manifestará ao MP/SE por absoluta obrigatoriedade. E, ao final e ao cabo, alguém ganhará algo com essas posturas fundamentadas na inércia e na omissão? Veja, leitor e leitora, se juntarmos no mesmo pacote o governador, o comandante, a corporação e população, infelizmente esse jogo se caracterizará como um perde-perde-perde-perde…