Direitos Humanos da OAB/SE no 17 de Março é ótimo sinal. Mas deve se posicionar também no caso da PM ter acertado

Uma operação da Polícia Militar de Sergipe (PM/SE) causou muito rebuliço no final de semana. Pra variar, o campo dos debates foram as redes sociais. A narrativa da ação tem lógica: no bairro 17 de Março, periferia de Aracaju, uma viatura tentar abordar dois suspeitos em uma carroça, que fogem por uma rua cujo carro com os PMs não conseguiu acessar; reforço é pedido, chega, encontra novamente os suspeitos, um deles foge, outro entra em uma casa, PMs em seu encalço, é baleado, não resiste e morre. Com ele, encontrados uma pistola, 10 munições, sendo três deflagradas, e maconha, pelo menos meio quilo. Sim, mas o que teria causado tantos debates acalorados? Vídeos feitos por populares, mostrando o sofrimento da família do morto e, num deles, o narrador literalmente acusando a PM de ter matado um inocente. Nesse episódio triste, pelo menos um ponto positivo: a Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE deu as caras, visitou o 17 de Março e conversou com a família e com moradores e promete se posicionar sobre a ocorrência que resultou numa morte. E isso é algo muito importante, visto que, nos últimos tempos, a OAB/SE andava meio que alijada de debates tão necessários como esse. Mas, veja bem, leitor e leitora, “pau que dá em Chico tem que dar em Francisco”, né não? Assim, a presidente da Comissão, Lilian Jordeline, seu vice, Erick Furtado Nunes, a secretária-geral adjunta da OAB/SE, Clara Arlene Ferreira, e o procurador de Prerrogativas da Ordem, Josefhe Barreto, que estiveram in loco para ouvir a população, além de se comprometerem ouvir o que tem a dizer sobre o fato a PM/SE, após chegarem a uma conclusão, devem manifesta-la publicamente. E aí, caso tenham ocorrido excessos, pedir punição para os agentes envolvidos. Mas caso se constate que os PMs agiram de forma acertada, o pedido de punição deve ser para quem produziu vídeos contendo as graves acusações. Porque não é possível aceitar que excessos ocorram de nenhuma das partes. Se a PM/SE errou, que exemplarmente se demonstre isso para a sociedade. Mas se a PM/SE tiver agido corretamente, que se demonstre para a sociedade que acusações, ainda que produzidas no calor do momento, não serão toleradas quando forem infundadas. E ninguém melhor do que a própria OAB/SE para exercer esses papeis. Simples assim!

 

 

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