Assim como ocorreu no trágico episódio da morte da cantora Marília Mendonça, AndersonsBlog deixa claro: não era exatamente um fã da música produzida pela banda Calcinha Preta. Claro que não deixava de curtir, mas não chegou a consumir, entende, leitor e leitora? Mas um longo período em que trabalhou como radialista musical ensinou a respeitar todas as manifestações artísticas. Afinal, por trás delas existem pessoas que dedicam a vida a isso. E Paulinha Abelha foi exatamente uma delas: alguém que fez da música a sua estrada e o seu destino, a um só tempo. E toda a comoção pela sua perda precoce se justifica, é claro, pelo seu trabalho, mas também extravasa esse campo e vai além. Explica-se: a Calcinha Preta não era aquele tipo de banda em que amigos se juntam para “tirar um som”. Sempre foi banda de empresário, com visão mercadológica e isso não tem nada de errado. Só que esse tipo de empreendimento musical, invariavelmente, acaba meio que colocando em segundo plano justamente as pessoas envolvidas. Acontece que tem algo que extrapola os – legítimos – interesses comerciais. Trata-se do carisma, do talento individual. Ao longo de tantos anos, quantos cantores e cantoras passaram pela Calcinha Preta? AndersonsBlog não parou para fazer as contas. Mas, de todos, os mais expressivos são, sem dúvida, Marlus, Silvania, Daniel Diau e, claro, Paulinha Abelha. Não que os demais não tivessem talento e merecimento de sucesso, claro que não é isso! É que na música, como de resto na vida, é preciso aquele algo a mais que muitos chamam de carisma. Por isso mesmo essa imensa comoção com a morte de Paulinha Abelha tomou corações de fãs ou não dela e da banda. Paulinha, cantando muito bem, conseguia expressar esse algo mais. E com seu passamento, muitas coisas que ela nem divulgava, como o cuidado e carinho que ela tinha com o pai, seu Abelha, o imenso respeito e carinho que músicos e artistas de todo o País tinham por ela, enfim, Paulinha Abelha, num tempo em que tudo – inclusive coisas que não dizem nada – acaba parando nas redes sociais, vivia de verdade seu sonho, sua família, seus amigos. E isso, leitor e leitora, mais do que belo é também exemplo. Pois assim como a vida foi breve, infelizmente, à Paulinha, também pode durar apenas mais um breve momento para todos nós. Viver verdadeira e intensamente aquilo que nos faz bem é, em suma, o que importa. E Paulinha fez isso! Tanto é verdade que seu nome extrapolou as fronteiras da banda e foi além. E, nesses últimos tempos, quando a Calcinha Preta voltou a contar com os nomes mais destacados de sua história, Paulinha estava lá, emprestando voz e carisma para um projeto que, agora, precisa e deve seguir, até mesmo como uma forma de homenagear aquela que fez da música seu caminho, seu destino e seu grande amor, tudo a um só tempo. DEP, Paulinha Abelha…