Internacional da Mulher
AndersonsBlog não trata de política nacional ou internacional. Não é por nada, não! Mas o fato é que já em gente boa demais fazendo isso! Então, cuidemos do que é nosso e vamos que vamos! Só que as falas nojentas e desprezíveis do deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val (Podemos), o tal do Mamãe Falei, vazadas em áudio na semana passada, classificando as mulheres ucranianas como sendo “fáceis porque são pobres”, indignam qualquer um e caem como uma luva para abrir esta terça, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. É que a gente, desavisadamente, vai considerando que a modernidade das coisas, o acesso à tecnologia e aos avanços da atualidade, por si, funcionam como um anteparo que equilibraria as relações e os comportamentos humanos. Mas aí uma pandemia, seguida de uma guerra na Ucrânia, demonstram que a bizarrice, os desequilíbrios, as distorções ainda estão por aí. E a prova disso é a fala de Mamãe Falei. O cara fica famoso, se elege parlamentar e estava até pré a governador de São Paulo, tudo com base em seus videozinhos na net. E, pra completar sua canalhice, ainda batiza seu canal de Mamãe Falei, como se, de fato, ele tivesse algum respeito por essa que é uma das representações mais claras do respeito que se deve ter ao feminino: justamente a mãe! Mas é preciso “estar atento e forte”, como diria o poeta. Assim, as palavras ridículas, o comportamento sexista, machista, terrível e desumano de Arthur do Val em relação a condição feminina, e de resto de todo o povo ucraniano, acabou vindo em boa hora. É que todo esse drama da vida real serve de alerta para quem acha, imbecilmente, que não se faz necessário ter um Dia Internacional de Mulher. Ora, enquanto o patriarcado se posicionar diante de atitudes como a de Arthur do Val como se se tratasse de uma mera falha de caráter dele e tão somente dele, essa data tem que ser celebrada, nem que seja para passar na cara de cada pessoa o quanto ainda temos a caminhar em direção ao equilíbrio necessário nas relações humanas e especialmente de gênero. Ao se referir as mulheres ucranianas como passíveis de se prostituírem por conta da pobreza e do desespero de estar em meio a uma guerra, Arthur do Val ataca a dignidade humana através da figura feminina que, na cabeça doente de gente como ele, ainda pode ser atrelada à fragilidade e a fraqueza. Ora, ora, Mamãe Falei, frágil é a vida, diante de uma guerra, e fraco é você, que expõe seus desequilíbrios e desarranjos sexuais de forma a humilhar todas as mulheres, cabra ruim! E não tem desculpinha que funcione. A saída minimamente honrosa seria Arthur do Val renunciar e ir se tratar. No mais, o Dia Internacional da Mulher está aí justamente para que mais Arthurs do Val não se criem e nem se imponham como força moral de porra nenhuma. Que tenhamos um dia especial, dedicado a todas as mulheres, e que nenhuma agressão, nem física e nem verbal, seja permitida contra nenhuma mulher e contra nenhuma pessoa. Simples assim!