Com o arrefecimento – veja, isso não quer dizer que acabou, não, viu? – dos casos de Covid-19, algumas consequências positivas começam a surgir. A visitação turística talvez seja uma das mais visíveis delas, especialmente em cidades com tal potencial. E Aracaju, claro, é a mais exuberante dentre estas e a Orla de Atalaia merece o nome de cartão-postal, mesmo que este esteja em desuso por conta das imagens digitais que inundam o mundo. Mas a importância do local não é garantia de inviolabilidade. Prova disso foi o ataque a uma das estátuas do monumento Formadores da Nacionalidade, ocorrido na madrugada de sábado, 19. A prefeitura de Aracaju já está tomando as devidas providências para recompor o local e a SSP, por óbvio, deve conseguir imagens de câmeras de segurança para elucidar o crime de depredação e punir o/os culpado(s). Acontece que a cena chocou AndersonsBlog por que não há razão aparente pra fazer isso com a estátua, ali, paradinha, sem fazer mal a ninguém. E aí bateu a curiosidade e, infelizmente, esse tipo de ocorrência é mais comum do que se imagina, basta pesquisar na net pra conferir. Um caso, ocorrido em novembro de 18, chamou a atenção. Na época a Polícia Militar efetuou a prisão de uma mulher que, acusada por populares de ter cometido o vandalismo, foi presa e, posteriormente, descobriu-se que se tratava de pessoa com problemas mentais e histórico de abuso de drogas – por isso que seu nome, à época, foi preservado. Mas o que podemos tirar desses dois péssimos exemplos? Simples: a Orla de Atalaia e suas tantas atrações merece uma atenção especial que, convenhamos, ganharia mais efetividade se a prefeitura de Aracaju, em parceria com o Governo do Estado, buscasse viabilizar a manutenção da Orla através de parceria público-privada. Sim, pois por se tratar de um local de altíssima rotação de público, que vem de tudo quanto é lugar, garantindo uma visibilidade muito acima da média, a Orla de Atalaia pode e deve se tornar também um grande negócio para exposição de marcas, de empresas em geral, o que, por sua vez, geraria receita extra que, nesse caso, deveria, por lei, ser totalmente revertida para manutenção e segurança de toda a sua extensão. Não dá nem para dizer que se trata de uma falha da parte dos poderes públicos constituídos, como a situação em 18 demonstrou. Se trata de trazer mais e mais atores para essa mesma causa, dividindo com o setor privado os custos de se manter tão extensa e bela região aracajuana. E, se for o caso, buscar até mesmo uma espécie de tombamento, de reconhecimento público oficial, até mesmo para que essas parcerias possam ser duradouras e produtivas para todas as partes. Com o envolvimento do setor privado, obviamente que a conservação da Orla ganhará muito mais mídia e visibilidade e que isso, no seu bojo, deve vir com uma mega campanha de conscientização da população. Afinal, a nossa tradição histórica governamental diz, erroneamente, que o que é de todos parece ser de ninguém. Assim, espaços públicos devidamente chancelados por patrocinadores acabam passando uma sensação positiva de pertencimento que, ao final, acaba alcançando o coração de todos. E onde há envolvimento geral, os vândalos acabam sendo naturalmente rechaçados por todos. Não é simples? Né isso, prefeito Edvaldo Nogueira (PDT)? Né isso, prefeitura de Aracaju?