Elber Batalha Filho, o amigo Elbinho, é preparado, tem um poder de diálogo a toda prova, conforme sua fantástica passagem pelo legislativo aracajuano comprovou, e, além de tudo isso, demonstra ter poder de concisão e de argumentação também através da escrita. Danado de bom ele, viu? Por isso que a leitura do texto a seguir vale muito à pena. Confira!
“Valmir, a coerência e a coragem pra escolher e não se omitir.
Elber Batalha Filho*
A declaração de apoio de Valmir de Francisquinho a Rogério Carvalho do PT nesse segundo turno das eleições estaduais abalou as estruturas da política Sergipana e despertou a fúria e o desespero de Bolsonaristas e de comunicadores que davam como certo o apoio do Pato ao candidato da situação, ou ao menos sua pseudo “neutralidade”.
Desencadeou-se daí uma avalanche de textos “jornalísticos” e publicações em redes sociais, muitas delas ultrapassando o limite da ética e da urbanidade e invadindo a zona cinzenta da ira e do desespero político.
Valmir, desde início dessa campanha, foi procurado por todos os candidatos; dialogou com a chapa petista por várias vezes, foi convidado publicamente para uma aliança pelo Delegado Alessandro, que foi pessoalmente pedir o apoio de Edvan Amorin para trazer o desejado aliado. E, sobretudo, não lhe faltaram propostas para apoiar o candidato da situação em troca de poupudas participações no Governo do Estado.
No entanto, nenhum desses convites fez Valmir arredar pé do propósito de disputar o pleito majoritário como candidato a governador, face a confiança que nunca lhe faltou que reverteria no TSE, a condenação do TRE-SE, que lhe deixava inelegível. Como se diz no jargão jurídico, seu direito não era ruim e as possibilidades de vitória eram reais.
Porém, a partir daí a coisa mudou de figura. O interesse inicial da situação em ter Valmir consigo, transformou-se na imperiosa necessidade de retirá-lo do páreo, na certeza de que com ele na disputa sequer passariam para o 2º turno das eleições. O partido do candidato do governo então se habilitou como assistente de acusação contra Valmir, pedindo a manutenção da inelegibilidade do Pato.
Após a absolvição de vários outros candidatos sergipanos, com direitos bens piores, o TSE condenou Valmir por 4X3, e talvez, o mais grave, cassou o mandato de deputado de seu filho que foi retirado do cargo antes mesmo até da publicação da referida decisão.
Após a declaração de apoio de Valmir à chapa de Rogério/Sérgio Gama, bolsonaristas radicais, que em hipótese alguma votariam numa chapa petista, injustamente, começam a tentar transformar a imagem de quem há dois dias era seu ídolo, em um traidor da pátria bolsomínea.
Jornalistas e comunicadores, boa parte deles desesperados com a provável e iminente derrota do governo que lhes emprega, ultrapassaram o limite da ética jornalística, escrevendo textos dignos da lavra de um “padre” Kelmon, desconsiderando em seus textos, vários aspectos políticos, e sobretudo, humanos que tanto influenciam em nossas decisões.
Filhos são fibras do coração, e aí eu lhe pergunto, meu caro leitor: você, no lugar do Pato, apoiaria o candidato do atual governo, que cassou mandato do seu filho primogênito, lhe tornou inelegível até 2027, e, como Valmir mesmo afirma, o ameaçou de todas as formas, até mesmo de ser preso, tentando amedrontá-lo para não participar do 2º turno das eleições?
No caso de Valmir, não havia outra opção a não ser a escolha por ele feita de apoio a Rogério. Na condição de campeão de votos desse primeiro turno, se abster seria o mesmo que se entregar ao mais forte, ao opressor que lhe perseguiu, lhe tirou da disputa e lhe feriu nas fibras mais caras do seu coração, seu filho. Valmir escolheu a oposição ao governo Belivaldo, onde sempre esteve e a quem tanto combateu.
Na política como na vida, somos julgados e colhemos os frutos de nossas escolhas. Um homem deve ser julgado pelos seus atos, mas sempre será condenado pelas suas omissões.
Valmir será julgado por sua escolha, não por uma minoria barulhenta de apoiadores raivosos, ou de comunicadores agressivos movidos por interesses pessoais, mas sim, pela história.
E com certeza será lembrado neste episódio por ter sido decisivo para que apenas pela 3ª vez na história a oposição tenha vencido as eleições governamentais em Sergipe, repetindo o feito somente alcançado pelos grandes Seixas Dórea e Marcelo Déda.
Já disseram um dia: para que o mal vença, basta que os bons não façam nada.
Valmir mais do que nunca mostrou que é bom e que não vai se omitir, fazendo sua parte para libertar Sergipe do atual governo.
*comunicador, bacharel em direito, pós-graduado em direito constitucional.“
3 Comentários
Sergipana
Resumo da história: o que vale é o interesse próprio e a vingança pessoal.
Não importa quem tem a melhor proposta para o país e o estado, se Bolsonaro ou o PT, o que importa são os acordos que fiquem melhor pra ele. Só não aceitou uma proposta antes porque achava que ficaria com o filé: o governo do estado.
Aderaldo Prata
O que vejo desse combate é a covardia dos juízes que se prestaram a esse papel ridículo.
Edson dos Santos Andrade
Chega uma hora na vida que vc precisa se posicionar!