Para que serve uma eleição de 2º turno? Bem, pela lógica, seria para legitimar o vencedor com mais de 50% dos votantes numa segunda rodada eleitoral. Por servir para aonde há mais de 200 mil eleitores, a medida seria uma forma de dar maior apoio a quem quer que seja o vencedor.
Na verdade, convenhamos, trata-se de uma ideia um tanto quanto impositiva essa de 2º turno, né não? Porque o que deveria valer numa democracia plena é o conceito de maioria. Quem venceu, venceu, e quem perdeu, perdeu! Que a maioria simples se faça valer e que os demais aceitem o resultado das urnas e a convivência entre todos seja harmônica. Aí sim estaríamos no exercício pleno da democracia.
Mas não se muda a regra com o jogo andando! Acontece que… bem, acontece que, como diria o jornalista Cláudio Nunes, em Sergipe Del Rey as regras não são bem do jogo, mas sim do poder vigente, economicamente mais forte e o povo que se lasque, infelizmente.
Com o fim do 1º turno constatando uma verdade, temos o segundo turno não entre o 1º e o 2º mais votados. Mas entre o 2º e o 3º mais votados. Isso é um fato. Ou seja: o 3º colocado entrou na tora! Assim, “natoralmente”, o 3º se “impôs” por filigranas jurídicas e “vida que segue”, como diria o governador Belivaldo Chagas (PSD).
Acontece que o 3º colocado, Fábio Mitidieri, do mesmo PSD de seu padrinho, Belivaldo, ainda tirou onda com o que de fato foi o 1º mais votado, Valmir de Francisquinho (PL) e com a Justiça Eleitoral ao insinuar um concluiu de Valmir com o 2º mais bem votado, Rogério Carvalho (PT) para devolver a elegibilidade do 1º.
E sendo uma fake news descarada, AnderSonsBlog confessa ainda não entender qual a razão do jurídico de Rogério não ter dado uma “sapatada” jurídica no jurídico de Mitidieri. Mas aí já é uma outra história que vale uma outra postagem.
Por agora, nos concentremos no óbvio: Fábio foi o 3º lugar no total de votos, ainda que tenha sido alçado a 2ª posição por ter sido um dos motivadores, com seu PSD entrando como assistente de acusação contra Valmir, conforme procuração para a contratação de advogados em Brasília confirma, do adiamento do tal Julgamento da Cor Azul.
E aí não tem fake news que dê jeito: o 3º colocado entrou na disputa deste 2º turno por questões meramente formais, jamais pela quantidade de votos. Ou seja: Mitidieri tá na disputa por questão legais. Mas nem tudo que é legal é moral. Moralmente, conclui-se que o 3º que vira 2º tem uma carga de ilegitimidade popular absurdamente grande. E é isso, ao final e ao cabo, que a população deve julgar agora, na hora em que se afunila um processo eleitoral tão conturbado de Sergipe.
Bem, mas tudo isso se os maiores prejudicados, Valmir e a maior parte do eleitorado votante no 1º turno, deixarem pra lá. Sim, porque tudo o que estamos vendo diz respeito a falta do “trânsito em julgado” do Julgamento da Cor Azul. E trânsito em julgado não é uma matéria eleitoral, mas constitucional, cabendo recurso ainda junto ao STF.
Ou seja: pode Valmir recorrer ao STF e pode esta eleição em Sergipe demorar ainda muito para acabar. A única coisa que não pode é se garantir uma legitimidade popular à Mitidieri na chegada dele ao 2º turno. Pois ela pode até ser legal, mas jamais poderá ser considerada moral! Simples assim!