VALE LEITURA – Radialista Alex Dias constroi um primor de texto na tentativa de entender o papel do TRE e do TSE sobre Valmir de Francisquinho nestas Eleições 22

O amigo de longa data de AnderSonsBlog – vá lá, nem tão longa assim pra você, leitor e leitora, não ficar pensando que a gente é velho, certo? -, Alex Dias tem moral pra falar sobre política por variadas razões. Ex-vereador por Lagarto, voz ativa e combatente na radiofonia, textos qualificados e, o melhor, posicionamento claro. E por isso mesmo que vale a pena ler o que ele avalia dessa zorra toda que foi, é e deve continuar sendo as eleições deste ano em Sergipe. Bora ler?

A JUSTIÇA ELEITORAL É CEGA (E está mais perdida que o Ray Charles num tiroteio)

Alex Dias

Respeitando o pouco tempo (e a pouca paciência, principalmente) de todo mundo, sugiro que vocês, além desse comentário, leiam apenas as manchetes aqui anexadas sobre o curiosíssimo caso VALMIR DE FRANCISQUINHO, candidato a governador de Sergipe.

A partir daí, vocês certamente não mais terão qualquer dúvida de que a justiça eleitoral brasileira, de fato, na prática, vem fazendo das tripas coração para que também os eleitores sergipanos não tenham a menor dúvida sobre a corretíssima aplicação das claríssimas regras eleitorais ora vigentes.

Mas, se, ao tentar encontrar alguma lógica nas manchetes aqui destacadas você se decepcionar, não vá pensar que você é burro.

Albert Einstein (sim, aquele mesmo da fórmula E=mc2) também teria a mesma dificuldade de, neste caso, combinar fatos, leis e decisões do TSE e do STF.

O candidato a governador VALMIR DE FRANCISQUINHO estava na urna, no último dia 2 de Outubro, e a foto e o número dele apareciam na tela quando um eleitor digitava o número 22.

Mas, depois da eleição, foi revelado pelos tribunais eleitorais que quando um eleitor de VALMIR DE FRANCISQUINHO votava no candidato VALMIR DE FRANCISQUINHO*, na realidade, esse eleitor não estava votando no candidato *VALMIR DE FRANCISQUINHO.

Era como se você, eleitor, mais ou menos estivesse votando em um fantasma, entedendeu? Não?

Talvez nem a urna eletrônica, tão sabida que é, tenha entendido essa coisa meio complexa, né?

Isso, então, pelo menos, te livra da desagradável impressão de que você possa ser uma pessoa burra.

“Isso pode, Arnaldo???!!!”, berraria o Galvão Bueno, caso fosse advogado eleitoral . “A regra, pelo menos no futebol, é clara,Galvão…”, responderia o Arnaldo.

E, neste caso, nem o VAR conseguiria chegar a uma conclusão que, de fato, concluisse alguma coisa.

Vejam como são lógicas as regras eleitorais brasileiras: em alguns casos, só em alguns casos, entenda bem, você até pode ser candidato a algum cargo eletivo, mas os votos que são dados a você não valem nada, são jogados na lata de lixo dos TREs e TSEs.

Tentando ser mais claro: no Brasil, dependendo da sua “cara” ideológica, você até pode ser candidato, ter a maioria dos votos na eleição, mas só não pode ser eleito.

Dito de outra forma: no nosso democratíssimo país, dependendo do caso, e da cara, você até pode disputar uma eleição; já ganhar, aí, não, de jeito nenhum.

Recorramos a uma metáfora futebolística pra ver se isso ajuda a compreender a coisa: digamos que o time foi desclassificado mas pode continuar disputando o campeonato, ganha de todo mundo, mas só não pode receber a taça.

Em Sergipe, a justiça eleitoral brasileira, talvez tentando justificar seu bilionário orçamento anual, protagonizou um milagre de matar de inveja até o mágico televisivo MISTER M: criou o candidato a governador mais votado que não tem voto nenhum.

De novo recorrendo ao futebol: é mais ou menos como o STJD, Superior Tribunal de Justiça Desportiva , cismar de sentenciar que PELÉ nunca fez um gol na vida; ou até fez mil gols, mas nenhum valeu.

Pensando bem, diante de tanto vai e vem, sobe e desce, pode mas não pode, não seria mais eficiente e barato recorrer logo a um abalisado e incontestável parecer jurídico do William Bonner, apresentador do Jornal Nacional?

*é radialista e está tentando entender e explicar as fantasmagorias eleitorais brasileiras. E fracassando.

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