Assédio nas eleições: quer dizer que quando um empresário pressiona um funcionário é, mas quando um gestor público pressiona um servidor, não é?

Antes, uma historinha, cujos nomes e a localidade serão preservados para não prejudicar – ainda mais – os envolvidos.

Era uma vez, numa pacata e singela cidade, um grupo de amigos que apoiam determinado candidato a presidente. Numa reunião, um deles, pequeno empresário, se excede e diz que os funcionários dele deveriam votar no candidato dele.

Essa cena foi filmada justamente na empresa de um desses amigos, local aonde aconteceu a reunião. Ave Maria, pra quê? Com o vídeo nas redes sociais, certa figura da imprensa se indignou. E, até certo ponto, com 100% de razão. O funcionário tem que ser avaliado pela sua capacidade de trabalho, jamais pelo voto dado ou não dado a esse ou aquele, ora pois!

Só que essa mesma “voz da razão” lá da imprensa local se cala quando o assunto é o assédio praticado no serviço público dessa mesma pacata cidade, aonde ele tem um pezinho dentro, e, por isso mesmo, ele acaba aceitando a pressão e o assédio. Mas isso tá errado!

Agora vamos a alguns fatos recentes, esses ocorridos em Lagarto. O professor Fernando do Jenipapo bradou aos quatro cantos, para quem quisesse ouvir, que a prefeita Hilda Ribeiro e seu esposo, o deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos) o haviam pressionado para votar no candidato do governo Belivaldo, Fábio Mitidieri (PSD).

E como Fernando decidiu votar, no 1º turno, em Valmir de Francisquinho (PL), acabou exonerado. Isso mesmo, sem que ninguém ou quase ninguém, da imprensa ou não, fora o próprio, se indignasse.

E, finalmente, chegamos até a semana passada, agora já no 2º turno, quando Luiza Ribeiro, tia de Gustinho, declarou voto em Rogério Carvalho (PT), sendo que seu sobrinho e a esposa seguem votando em Mitidieri. Até aí, tudo bem!

Só que na última sexta, 21, o agente de desenvolvimento da secretaria de Indústria Comércio e Turismo de Lagarto, David Santos, muito ligado a Luiza Ribeiro, recebeu a informação de que estava exonerado do cargo. Não é muita coincidência, não? E olha que o David, como se vê na foto, mergulhou de cabeça na campanha – vitoriosa – de Áurea Ribeiro, também do Republicanos, a deputada estadual.

O que AnderSonsBlog pretende levantar para a discussão com esses recortes do nosso cotidiano? 1º que a imprensa parece se importar muito quando o assunto é assédio numa empresa por conta de um voto nacional; e 2º que essa mesma imprensa parece não se dar conta de que quando o assédio é praticado no serviço público, ele é ainda pior! Sim, porque no serviço público, seja numa prefeitura qualquer, seja no todo poderoso estado, a contratação deveria ser feita ainda mais por questões meritórias, já que o salário sai do bolso da população, né não? E 3º em todos esses casos, seja na cidade que não citamos o nome, seja em Lagarto, ambos os ocupantes da cadeira de prefeito estão “azogados” na campanha do candidato de Belivaldo, Mitidieri! Ora, ora, é claro que nada disso é mera coincidência, né? Então é simples: assédio, não! Assédio? Jamais!