O simãodiense Belivaldo Chagas (PSD) deveria ser, neste momento, um dos sergipanos mais felizes. Mas, pela entrevista que ele concedeu ao radialista Edivanildo Santana em Simão Dias nesta sexta, 28, parece que o governador se tornou um poço de amargura.

Olha só, leitor e leitora, o nível das declarações de Belivaldo: “esse espúrio de trazer um cidadão pra denegrir a imagem de um filho de Simão Dias que está governador e que tem feito o que eu tenho feito por Simão Dias. Isso é coisa de gente invejosa”.

Ou ainda: “quanto a você Zé, eu só desejo sucesso e saúde, porque você ja está numa idade avançada. Beba menos, porque eu soube que você tomou todas ontem”.

Ou ainda mais essa: “eu tenho minha vida resolvida, rezo todo dia e estou em paz com minha consciência”.

Essas palavras duras e acintosas, proferidas pelo governador em um momento de “desabafo”, como ele mesmo justificou na tal entrevista, se deu pelo fato do ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), ter dado uma entrevista na rádio Tropical FM, de Simão Dias, pertencente ao ex-prefeito da cidade, Zé Valadares.

Nela, Valmir se posicionou claramente sobre seu apoio a Rogério Carvalho (PT) neste 2° turno por ser inadmissível nem ao menos se cogitar apoio ao candidato de Belivaldo, Fábio Mitidieri, também do PSD.

E não há nenhuma pessoa, em sã consciência, que não entenda essa posição a partir de um fato: foi o partido de Belivaldo e Fábio, o PSD, que contratou advogados para atuarem no processo já conhecido como o Julgamento da Cor Azul que, em última instância, tirou do próprio Valmir a primeira colocação no 1° turno e, assim, permitiu ao terceiro colocado, o próprio Fábio, presença na disputa do 2° turno.

Mas os ataques de Belivaldo a Valmir, a quem chamou de “irresponsável” e de “forasteiro” por ter lhe dirigido críticas – algo que todo homem público está sujeito – foram cruéis mesmo é com Zé Valadares. Numa paulada só, o governador externou preconceito com a terceira idade, chamou o proprietário da emissora de pinguço e ainda insinuou que, empresarialmente, Zé não estaria bem resolvido, já que ele, Belivaldo, tem “a vida resolvida”.

É ou não é um poço profundo de mágoas? E é isso o que espanta, pois em final de governo, tendo sido agraciado pelos sergipanos com o mais alto cargo executivo do Estado, Belivaldo caçoa de um amigo, ofende gritantemente um adversário político e faz isso tudo como se estivesse sendo ele, de alguma forma, injustiçado.

Ora bolas, governador, esse vitimismo até caberia se, de alguma maneira, não lhe coubessem responsabilidades sobre seu próprio partido e se não houvesse, de sua parte, interesse nenhum na eleição deste domingo, 30.

Mas como se sabe que nem uma coisa e nem outra condiz com a realidade, tanta bravata e agressões só podem significar duas coisas: ou apreensão pela derrota ou falta de educação mesmo. Ou, quem sabe, signifiquem as duas coisas juntas!

De toda sorte, Belivaldo, já que tu garante rezar “todos os dias”, aproveite para agradecer a Deus pelas bênçãos que Ele tem derramado sobre sua vida.

Porque ficar reclamando e falando impropérios a torto e a direito não são lá boas formas de demonstrar gratidão ao Criador, não! Ou, como diz a sabedoria popular, “quem não sabe rezar, xinga a Deus”, viu?

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