Desde que se elegeu na eleição suplementar de 19 como prefeita de Riachão do Dantas, Simone de D. Raimunda (PSD) tem feito um trabalho reconhecido de recuperação da autoestima do povo riachãoense. E que tem funcionado muito bem, tanto que ela foi reeleita com absoluta tranquilidade nas eleições de 20.
E, dentre essas ações positivas que impactam na população como um todo, o pagamento dos servidores efetivos dentro do mês trabalhado se tornou uma marca da prefeita ao longo desses mais de três anos de gestão. Assim, os servidores são respeitados, recursos públicos, em forma de salários, circulam na economia do município, todos ficam satisfeitos e veem Riachão avançar, certo?
Bem, até aqui estava, sim, tudo certo. Mas, neste mês de novembro do ano da graça de 22, por conta de uma atitude inexplicável, esse ciclo virtuoso, infelizmente, foi interrompido. E Simone não só não tem nada a ver com isso, como foi a pessoa que mais lutou para que esse infortúnio dos servidores não receberem seus salários nesta quarta, 30, não se concretizasse.
Só que havia uma pedra no meio do caminho, como diria o poeta: Berinho do Mercadinho (PSD), presidente da Câmara de Vereadores de Riachão, pode ser considerado o único responsável pelo não pagamento dos salários de novembro dentro do mês. Mas como assim, se os salários são pagos pela prefeitura?
É simples de explicar: Berinho, enquanto presidente que é da Câmara, é quem pauta os projetos a serem votados. E desde o dia 18 de outubro passado que a prefeitura enviou 2 projetos que preveem, basicamente, o remanejamento de recursos do orçamento municipal.
Mas veja bem, leitor e leitora, se trata de remanejamento e não de aumento de gastos, certo? Acontece que a prefeitura de Riachão garantiu o Piso Nacional do Magistério, tem feito diversas ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida na sede e nos povoados e, além disso, tem conquistado emendas parlamentares e recursos oriundos do governo estadual.
Com tudo isso, o remanejamento do orçamento, para seguir pagando fielmente os servidores dentro do mês, se faz necessário. Mas isso só pode ocorrer dentro da lei, ora pois! E quem é que discute, aprova ou mesmo desaprova as leis no município? A Câmara de Vereadores!
E é aqui que entra a atitude inexplicável do presidente Berinho: ele simplesmente está trancando a pauta, não colocando em votação os projetos que a prefeitura enviou há um mês e meio! Com isso, a prefeita Simone fica de mãos atadas até que os projetos sejam discutidos e aprovados, o que certamente ocorrerá porque a base da prefeita conta com maioria na Câmara.
Mas o que seria “trancar a pauta”, pode se perguntar o leitor e a leitora? AnderSonsBlog vai fazer uma analogia bem direta para que fique claro isso, viu?
Seria como se Berinho, que é dono de um mercadinho, abrisse seu empreendimento, assim como faz nas sessões da Câmara, as pessoas entrassem no mercadinho, assim como os vereadores fazem na Câmara, mas na hora de vender os produtos, de trabalhar, assim como deveria fazer colocando os projetos para serem votados na Câmara, Berinho simplesmente dissesse que as pessoas até podiam entrar em seu mercadinho, mas que ninguém poderia comprar nada porque ele não quer trabalhar naquele dia, entende?
Isso, grosso modo, é como “trancar a pauta” da Câmara, ou seja: Berinho não está deixando os vereadores trabalharem, ainda que eles estejam na Câmara justamente para isso, entende?
Apesar de ter um quê de inexplicável essa atitude do presidente da Câmara, o radialista Gilson Gata Amarrada, em seu programa, esta semana, deu a senha: segundo ele – e isso é voz corrente na cidade também – o interesse de Berinho já está lá em 24, quando acontecem as eleições municipais. Como Simone é reeleita, Berinho deseja ser o candidato da prefeita. “Diga que vota nele, Simone, que ele libera as votações”, disse em tom de ironia Gilson Gata Amarrada.
Ou seja: ao trancar a pauta, Berinho quer medir forças com a prefeita e com todo o grupo político que a apoia. E isso é que é ainda mais absurdo: como é que um pretenso pré a prefeito quer peitar todo o seu agrupamento de origem e, para isso, consegue ser o responsável, ao impedir a votação de projetos, pelo não pagamento dos servidores dentro do mês trabalhado?
O que Berinho precisa entender é que os interesses da coletividade estão acima dos interesses individuais. E que se ele, como presidente da Câmara, está causando esse transtorno todo, como é que a população olhará para ele caso ele se lance realmente como pré a prefeito de Riachão? O povo vai pensar: “se já faz isso enquanto vereador e presidente da Câmara, imagine o que fará como prefeito”, né isso? Simples assim!