Nada contra, mas absolutamente nada mesmo, ao fato do deputado Jeferson Andrade (PSD) ter chegado ao comando do parlamento estadual. Aliado de primeira hora do governador Fábio Mitidieri, também PSD, sua ascensão ao comando da Alese não era apenas esperada, mas também se tratou de algo normalíssimo, previamente combinado entre Fábio, Jeferson e o pai deste, Ulisses Andrade, atual conselheiro do TCE/SE e que também presidiu a assembleia no biênio 07/09.
E em assim sendo, a lógica é que Jeferson, juntamente com a absoluta maioria dos deputados sendo governistas, de carteirinha ou mesmo de ocasião, seja um facilitador dos interesses do governo de Fábio na Alese, correto?
Só que, leitor e leitora, ainda que seja tênue a linha entre o que é alinhamento natural e o que é subserviência absoluta, alguns detalhes entre uma situação ou outra podem ser fundamentais e decisivos na hora de se avaliar que tipo de parlamento teremos no biênio 23/24, justamente o período em que o atual presidente decidirá o ritmo do funcionamento da Casa.
Dessa forma, o cancelamento da sessão desta quarta, 22, por conta da realização do programa Sergipe Aqui em Propriá, ação do Governo do Estado, apenas e tão comente cerca de 50 dias depois do início desta que é a 20ª legislatura oficialmente instalada no Estado, causa estranhamento e sinceras dúvidas sobre qual será o papel institucional da Alese daqui por diante.
Sim, porque se o poder Legislativo fosse transferido para Propriá nessa data, tudo bem! Mas simplesmente cancelar a sessão ordinária por conta de uma ação do Executivo pega mal demais da conta!
E o argumento de que, com sua composição sendo majoritariamente governista, a Alese estaria “esvaziada” não cola! Afinal, mesmo minoritária, a oposição existe e, nesse caso específico, trabalharia normalmente, até mesmo para justificar o salário na conta neste mês de março, apenas e tão somente o segundo mês da atual legislatura.
Diante de tantas obviedades, resta a AnderSonsBlog somente aconselhar o presidente da Alese a não agir intempestivamente e a não conduzir a Casa como um mero apêndice do atual governo.
Mas como conselho é que nem café, toma quem quer, caberá a ele decidir se a Alese será marcada, sob a sua condução, como um poder autônomo e independente, ou como um apêndice ou um “puxadinho” do governo estadual. Simples assim!