Um grande empecilho para o desenvolvimento de qualquer que seja a cidade é a falta de emprego. Sem ocupação e renda, o poder público municipal tem que dar suporte básico para a sobrevivência das famílias; atuando de maneira mais forte nessas áreas sociais, a municipalidade perde capacidade de investimento; com o poder público tendo reduzida sua capacidade de investimento, gera menos emprego e renda; como menos emprego e renda, mais gastos nas áreas sociais e por aí vai…
Percebe, leitor e leitora, como se trata de uma ciranda negativa, uma questão cíclica que, de qualquer forma, quem sai perdendo é a população? Sim, porque o pai e a mãe de família querem mais é ter condições de cuidar dos seus dependendo apenas da própria força de trabalho.
Mas, para isso acontecer, é preciso que haja emprego e que este não dependa exclusivamente das vagas geradas pelo poder público que, por sua própria natureza, são limitadas!
E como sair desse círculo vicioso e torturante? Bem, de tempos em tempos surgem belas ideias, como no caso desta que foi trazida a público na última sexta, 19, pelo Sebrae/SE: o programa Cidade Empreendedora.
Para deixar a coisa bem mastigadinha, vale destacar que, na sua primeira edição, ao contemplar 10 municípios sergipanos, o Cidade Empreendedora implementou soluções de desburocratização e essas cidades sergipanas atendidas naquele primeiro momento registraram queda de 79% no tempo médio de abertura de empresas, que atualmente é de sete horas. E isso, por si, já é um alento justamente para a… geração de emprego e renda!
Pois bem, agora foquemos neste ano da graça de 23, com o Cidade Empreendedora chegando a Simão Dias, Itabaianinha, Indiaroba, Campo do Brito, Moita Bonita, Canindé, Monte Alegre, Glória, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros, Frei Paulo, Propriá, Cedro de São João, Pacatuba, Boquim, Riachão do Dantas, Divina Pastora, Carmópolis, Dores, Gararu e Socorro.
E para trocar ainda mais em miúdos, explicitando cada vez mais o que é o Cidade Empreendedora, a palavra é da superintendente do Sebrae/SE, Priscila Felizola: “nosso objetivo é apoiar os governos municipais no esforço de modernização e inovação das práticas de gestão voltadas às ações típicas do setor público que incidem sobre o setor privado e podem impor obstáculos desnecessários ao desempenho das atividades econômicas”.
E quais seriam essas ações? Vamos listar apenas algumas, mas já muito relevantes, como o aumento da participação dos pequenos negócios nas compras governamentais; facilitação do processo de abertura de empresas; inserção da educação empreendedora nas escolas; e a promoção da formação de líderes que ajudem a promover uma gestão pública eficiente.
Tudo muito objetivo, muito claro, mas que, sozinhos, os municípios levariam mais tempo para colocar em prática ou até mesmo bateriam cabeça e não conseguiriam. Até porque, “à César o que é de César”, né? E nesses pontos todos não é possível prescindir da expertise que o Sebrae/SE possui, né verdade?
Assim, como muito bem resume o material do próprio Sebrae/SE que trata desse assunto, “a ideia é que com a implementação dessas ações seja possível melhorar o ambiente de negócios nos municípios, facilitando a abertura de novas empresas, além de melhorar a competitividade dos empreendimentos lá existentes”.
Percebe, leitor e leitora, como boas ideias aplicadas por quem entende realmente do assunto, quando efetivamente colocadas em prática, podem mudar a realidade das pessoas?
E também como o Sebrae/SE, de forma muito inteligente, busca levar essas transformações aonde elas se fazem mais necessárias, justamente nos municípios do interior que, por óbvio, têm mais necessidade de uma contínua geração de empregos?
Mas alguém mais atento pode se perguntar: “sim, mas e cadê Estância, Itabaiana e Lagarto nessa lista de municípios atendidos nesse programa do Sebrae/SE?” Simples demais: esses três municípios já possuem escritórios locais do Sebrae/SE.
Percebe como parceria entre o Sebrae/SE e os municípios é decisiva para o ambiente de negócios? Afinal, quem haverá de discordar que Estância, Itabaiana e Lagarto, em termos de geração de emprego e renda, se destacam? Pois é, né? E aonde o emprego se destaca, lá está o Sebrae/SE, ora pois!