…uma confusão só, os dois lados estufam o peito, acabam derrubando as peças e, no final, ninguém ganha e nem perde, mas o tabuleiro fica todo cagado! E nem se ofendam, viu? É que o atual embate dessa turma tá engraçado (ou trágico?!) demais, daí que a gente cutuca os amigos, mas não dá pra perder a piada.

Olha só, leitor e leitora, agora os bolsonaristas estão uns siris na lata porque o governo de Lula (PT) destinou a maior parte da verba de Comunicação para a Globo.

Mas, sabe-se lá se intencional ou ignorantemente, “esquecem” que o governo de Jair Bolsonaro privilegiou, nesse mesmo repasse de verbas, uma outra TV, a Record.

Acontece que, por medições de audiência, a Record, que vive em disputas acirradas com outra emissora também bem beneficiada pelo governo Bolsonaro, o SBT, pelo segundo lugar, seguramente não poderia ser a mais beneficiada com o maior volume de  verbas justamente por ser… a segunda colocada!

Seria isso um programa “bolsa televisão”? Poxa, aqui nem se trata de defender a Globo, que tem lá quem a defenda – AnderSonsBlog considera é que nós é que temos que encontrar formas de nos defendermos da Globo e da sua onipresença e onipotência, pois a onisciência não é dela, mas das bigtechs tipo os googles, os faces, os instas e afins da vida, dos quais também devemos nos defender.

Só que não dá para ignorar que os recursos públicos precisam ser investidos com efetividade e maximização. Daí que a Globo, a maior audiência do país, receber a maior fatia da verba publicitária é uma coisa absurdamente lógica, né isso?

Sim, mas o leitor e a leitora podem se perguntar aonde é que o extremismo lulista entra nessa história, né? Simples: sob qualquer deslize que possa vir a ocorrer no governo de Lula (PT), sendo noticiado pela emissora de maior audiência, os extremistas logo dirão: trata-se de uma tentativa de golpe da Globo!

Mas, pera lá – e novamente sem defender a Globo que, como se sabe, escamoteia muito bem suas intenções reais por detrás de sua linha editorial dita independente, certo? –, mas agora não caberia aos lulistas extremados se unirem aos bolsonaristas e detonarem geral a “vênus platinada”? Ou vão esperar alguma crítica mais contundente ao atual presidente para entoarem os cânticos de “fora Globo”, todos juntinhos e misturados?

Na verdade, tudo isso faz parte da esquizofrenia radicalizada da sociedade bipartida politicamente em que estamos vivendo. A Globo não é nada mais e nem nada a menos do que uma empresa, que defende seus interesses e, quando possível, até faz suas ações sociais.

Mas a Globo é uma concessão pública e, dessa forma, também precisa agir com um relativo equilíbrio. Diante dos ataques sucessivos de Bolsonaro a ela, esse equilíbrio, no entendimento dela, foi devolver os ataques. E se Lula também a atacar, deverá receber o mesmo tratamento.

Coragem mesmo seria qualquer um dos dois, Lula ou Bolsonaro, impor sanções baseadas em uma legislação clara, bem redigida e aprovada pela maioria do Congresso, que identificasse abusos na utilização dessas concessões públicas – e não deveria alcançar apenas a Globo, pois o que tem de rádio país adentro em que a merda não tá no tabuleiro do xadrez, mas saindo da boca de pistoleiros do verbo e alcançando os ouvidos dos ouvintes, não é brincadeira, viu?

Ou, melhor ainda, coragem mesmo seria qualquer um dos dois, ou Bolsonaro ou Lula, propor a democratização radical das TVs e rádios no país. Até para que esses tipos de veículos pudessem concorrer com a internet e sua radicalização da liberdade – que está, sem dúvidas, sob ameaças não apenas no Brasil, mas no mundo todo, mas isso é assunto para uma outra postagem.

Aí sim, caso uma dessas duas hipóteses ocorresse, poderia ser que esse embate específico, sobre Comunicação e verbas para ela, entre lulistas e bolsonaristas radicais não resultasse apenas no tabuleiro do xadrez terminar todo cagado. E tenhamos dito!

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