Na presidência da Alese, Jeferson Andrade vem se revelando um grande gestor, porém ainda tá faltando comunicar isso melhor e mais claramente com a população

Aquela máxima de que ‘à mulher de Cesar não basta ser honesta, tem que parecer honesta’, às vezes, é utilizada de forma pejorativa para falar de política. E isso é uma injustiça!

Explica-se: não se trata de demonstrar uma qualidade, apenas. Se trata, na verdade, de comunicar claramente essa qualidade. E, com base nisso, veio à mente deste AnderSonsBlog uma situação interessante que vivemos em Sergipe na atualidade.

Vamos lá: o presidente da Alese, deputado Jeferson Andrade (PSD), tem feito um ótimo trabalho, com a casa legislativa sergipana funcionando a plenos pulmões. E isso é algo que contempla uma série de coisas. Por exemplo: o que é que, sendo do interesse do governo de Fábio Mitidieri, do mesmo PSD, teve qualquer tipo de dificuldade pra tramitar na Alese? Simplesmente zero problemas pro governador no legislativo estadual.

Mas temos ainda um ponto bastante relevante em relação à condução dos projetos da minoria oposicionista: ainda que, por ser infinitamente menor em números, limitando-se a quatro parlamentares, quando muito, a oposição na Alese não consiga barrar os projetos governistas, a gestão de Jeferson Andrade demonstra um respeito infinitamente maior a esses parlamentares, bem diferente de tempos recentes em que nada, mas absolutamente nada da oposição sequer tramitava. Mais um ponto a favor de Jeferson.

Além disso, a casa parlamentar sergipana está enxuta, a relação de Jeferson com o governo tem facilitado demais a liberação das emendas impositivas, temas de extrema importância têm tido portas abertas na Alese e tudo isso tem que ser devidamente creditado à gestão de Jeferson Andrade.

Mas, leitor e leitora, quer saber de uma? Só tem conhecimento pleno dessas coisas todas quem trabalha com política, a exemplo deste AnderSonsBlog e outros jornalistas e veículos que cobrem a Assembleia no seu cotidiano.

E isso se deve, fundamentalmente, a uma Comunicação meio que travada, meio que institucional em excesso, meio que ruim mesmo. E o diretor da Comunicação da Alese até a semana passada, Teotônio Neto, é um gentleman e um querido amigo aqui da casa, além de ter um talento indiscutível.

Só que, na Alese, ele meio que repetiu a fórmula da Comunicação que ele mesmo aplicou no Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE). E no TCE/SE essa coisa mais institucional funciona.

Só que na Alese, casa de iguais, em que todo e qualquer parlamentar é um representante legítimo da população, a banda tem que tocar completamente diferente. É preciso mais calor, mais vibração, mais interação e integração pra fazer com que a população se sinta, de fato, representada pelo parlamento e realmente entenda a Alese como a Casa do Povo.

Com a saída de Teotônio em virtude da necessária desincompatibilização, uma vez que ele deve concorrer nas Eleições 24 em outubro próximo, uma grande oportunidade se abre para que Jeferson Andrade acerte nesse que tem sido o único ponto falho de sua gestão.

Se escolher gente que tenha um sentimento de integração e de interação que a casa vem tendo em todas as suas esferas, Jeferson completará a excelência de gestão em todos os pilares da Alese.

Mas se mantiver a mesma linha, o mesmo modelo comunicacional, estará fadado a ser um excelente presidente, mas com isso sendo reconhecido não pelo grosso da população, mas apenas por quem vive o dia a dia dos trabalhos legislativos. E para alguém que tem, legitimamente, sonho de voos mais altos na política, Jeferson não pode se dar ao luxo de manter a Alese mal comunicada junto ao povão, não, viu? Simples assim!

 

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1 Comentário

  • Ribeiro Filho

    11 de junho de 2024 - 02:24

    A política sergipana não mudou quase nada nos times 100 anos. No atacado tudo continua igual, as famílias mantêm sua hereditariedade em algumas cidades e renovam o seu plantel genético em determinadas posições nas prefeituras, nas câmaras de vereadores, na assembleia e no Congresso Nacional, todos fazendo o básico do dever de casa, o pão com ovo no café da manhã e o feijão com arroz no almoço. A cada ciclo político muda apenas o sobrenome da família, mas a genética política continua a mesma, irrisória, sem nenhum destaque, sem nenhuma obra apresentável. O pai repete o mesmo discurso do avô, e os filhos, pontinhos da mesma ninhada, ciscam no mesmo terreiro procurando minhocas e pedregulhos. Nada constroem, apenas tentam aumentar o patrimônio familiar.

    Político de verdade temos um a cada 100 anos. É raro, mas tivemos homens que marcaram de forma indelével a politica em nossa província. Podemos citar Inácio Bwrbosa como um homem de fibra, corajoso e uma grande visionário, ao transferir a capital de São Cristóvão para Santo Antônio do Aracaju há 169 anos.

    No século passado tivemos o grande Gracho Cardoso, que deixou marcas na evolução urbana e social da capital e do interior do estado. Na virada do século XX para o século XXI tivemos o gigante João Alves que transformou toda estrutura orgânica de Sergipe, suas obras impulsionaram a economia de Sergipe e trouxe estabilidade financeira e progresso. Agora vamos esperar mais 100 anos por outro grande sergipano, e nesse intervalo, vamos nos contentar com a mediocridade desse varejão hereditário. Isso cansa…

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