Na última sexta, 5, numa entrevista coletiva realizada na sede do PL em Aracaju, foi oficializada a união entre Emília Corrêa, pré a prefeita do PL, e Ricardo Marques, também vereador como ela e membro do Cidadania – sim, aquele mesmo Cidadania que um dia foi de Alessandro Vieira, quem aí lembra disso?
Pois bem, nada demais, todos têm legitimidade de apresentar o projeto político que melhor lhes aprouver, disso ninguém tenha a mínima dúvida. Mas o que é preciso em todo e qualquer processo eleitoral é que tudo seja colocado à prova, como forma de garantir que o eleitor e a eleitora terão as condições efetivas de escolher bem, jamais sendo enganados ou ludibriados.
Assim, um ponto a ser colocado à prova é justamente o fato de Emília, até aqui nessa sua caminhada pré-eleitoral, ter se vendido como ‘antissistema’, como ‘oposicionista radical’, como alguém que tem soluções pra fazer uma ‘Nova Aracaju’ – aliás, vai ficar onde essa ‘nova’, vai atravessar a ponte pra Barra ou a ponte pra São Cristóvão ou as pontes pra Socorro? Quem poderá nos responder? Que soluções são essas?
Acontece que com a chegada de seu companheiro de chapa, provavelmente será necessário à Emília uma revisão de suas bandeiras de pré-campanha. Sim, porque Ricardo Marques se posicionou, em 22, favoravelmente a eleição do governador Fábio Mitidieri (PSD) no 2º turno após ter apoiado Alessandro Vieira, então no PSDB e hoje no MDB, no 1º. E olha novamente Alessandro aí, hoje nas hostes governistas, local em que Danielle Garcia, também pré a prefeita, esteve até uns dias atrás como secretária Especial da Mulher.
É muita coincidência tudo isso, né não? Então, a presença de Ricardo Marques na chapa de Emília é uma sinalização óbvia demais de que a chapa do PL não é lá tão de oposição assim, né verdade?
“Ah, AnderSonsBlog, mas a oposição de Emília é ao prefeito Edvaldo Nogueira”, diria o leitor e a leitora mais detalhistas. E aí a casa aqui responde o seguinte: Fábio apoia o candidato de Edvaldo, mas não briga com Danielle, nem com Alessandro e, por consequência, não brigará com Ricardo e, por tabela, nem com Emília. O governador fica ‘de bem’ com todo mundo e, a um só tempo, coloca todo mundo em sua ‘canoa’, entende?
O que se desenha, então, é que a chapa Emília/Ricardo tem um pé em cada uma das canoas. E não há nada demais nisso, é um direito dela. Agora, o que não dá é seguir dizendo que é ‘antissistema’ quando, na verdade, está sendo cooptada pelo mesmo sistema que diz combater.
E nem adianta vir com aquela conversinha de ‘republicanismo’ nas relações. Sim, porque, em 22, Ricardo, como candidato a deputado estadual, teve 12.686 votos. E como apoiou Fábio no 2º turno, impossível dizer que ele não ajudou ao atual governador a vencer as eleições, concorda?
Enfim, está chegando a hora do eleitorado aracajuano decidir quem comandará a cidade por quatro anos. E se a escolha for por uma candidatura oposicionista, está na hora de analisar claramente quem é que se propõe, de fato, a ser oposição.
Essa chapa Emília/Ricardo, vamos e convenhamos, tá bem naquele estilo ‘mei barro/mei tijolo’, ‘morde e assopra’ e, finalmente, numa vibe ‘oposição, pero no mucho’.
Vida que segue!
1 Comentário
João de Deus
Quer oposição? Candisse.
Melhor para Aracaju, o município continuará crescendo com desenvolvimento e a população será feliz de forma participativa.
Aracaju grande e feliz, não mudar a política que lhe confere beleza com qualidade de vida.