Cabe uma ressalva antes de seguirmos: Nitinho (PSD) é um cara que exala simpatia por todos os poros. E lógico que AnderSonsBlog é fã do cabra, afinal, na política, o que mais tem é gente que na campanha é uma coisa, mas no mandato é outra completamente diferente. E esse não é o caso de Nitinho, que é a mesmíssima pessoa no período eleitoral e também durante o exercício do mandato.
Feita essa ressalva, vamos destacar algumas razões do total merecimento de Nitinho estar e permanecer na Câmara de Aracaju. Primeiro vale destacar que o parlamento aracajuano sem Nitinho perde muito. Tanto isso é verdade que ele, do alto de seus sete mandatos, já ficou de fora uma vez, salvo engano após a sua terceira legislatura. Mas a falta que ele fez foi tão grande que, na eleição seguinte, voltou literalmente nos braços do povo praquela que é chamada de a Casa do Povo.
Outro ponto: após ter passado vários mandatos como mais um vereador, finalmente, na legislatura passada, Nitinho chegou à presidência da Câmara, onde permaneceu por três biênios seguidos. E aí basta perguntar aos pares dele, os demais na vereança, e aos servidores daquela casa. É capaz da resposta ser em uníssono: “foi um excelente presidente”. E aqui se confirma a capacidade de gestão de Nitinho.
E esse ponto nos leva a outro: pelas suas qualidades na vida pública, Nitinho meio que já está sendo é subaproveitado pelo seu agrupamento político. E quer um exemplo claro disso? Então, lá vai: já imaginou, leitor e leitora, se o candidato governista a prefeitura de Aracaju fosse Nitinho ao invés de Luiz Roberto (PDT)? Sem menosprezar Luiz, claro, mas é óbvio que a candidatura teria mais musculatura e capilaridade, especialmente nos bairros periféricos. E Nitinho, inclusive, ensaiou uma pré-candidatura, mas que fora abortada pelo governador Fábio Mitidieri, que não quis que ninguém do seu PSD fosse pro embate pela prefeitura. Decisão dele, presidente do PSD, que Nitinho tranquilamente acatou.
E aqui temos mais uma importante questão: Nitinho é fiel aos seus aliados, mas é ainda mais fiel a sua própria história. Senão, vejamos: Nitinho esteve com o saudoso João Alves. Mas, diante das dificuldades, inclusive de saúde, pelas quais João passou em sua última gestão, Nitinho optou por sair do agrupamento, mas não saiu atirando pedras. Mesma coisa em relação a Edvaldo Nogueira (PDT), pois apesar de terem estados juntos, é inegável que o relacionamento do atual prefeito com a Câmara de Vereadores nunca foi dos melhores. Ciente disso, Nitinho colocou ‘sua viola no saco’ e buscou novos ares, mas sem jamais esculhambar Edvaldo ou ninguém de sua gestão. Prova, portanto, de honradez na política, algo muito raro nos dias de hoje.
E agora, buscando sua reeleição, Nitinho optou por apoiar Yandra (União) para prefeita. Uma decisão que, como se sabe, oferece seus riscos. Mas é inimaginável que Fábio Mitidieri ou mesmo o novo coordenador da campanha de Luiz Roberto, o deputado estadual Jorginho Araújo, do mesmo PSD de ambos, criem quaisquer dificuldades para Nitinho, uma vez que isso representaria uma ingratidão sem tamanho pelo tanto que Nitinho fez por Fábio e pelo próprio Jorginho.
E, pra fechar, vale ressaltar que a subestimação que se faz em relação a Nitinho tem mais a ver com as qualidades dele do que com algum defeito, que todos nós humanos obviamente possuímos. Explica-se: por ser espontâneo, brincalhão e sempre aberto ao diálogo com qualquer pessoa, seja qual for a origem social que ela possua, tem gente que torce o bico pra Nitinho. E o que ele pode fazer? Ora bolas, dar de ombros e ir buscar sua eleição como sempre fez.
Afinal, ninguém deve trair ninguém, mas especialmente não pode negar a si mesmo e mudar para agradar a quem quer que seja. E é isso que Nitinho faz quando assegura, de maneira muito clara para toda e qualquer pessoa, que “estamos juntos, mesmo melado de manga”, pra não ser escatológico aqui. Por tudo isso, ninguém se espante se Nitinho chegar ao seu 8ª mandato através das, como ele mesmo diz, “mãos dos amigos”. A conferir!