Está começando pra valer o processo eleitoral de disputa pelo comando trienal da Ordem dos Advogados do Brasil, secional Sergipe (OAB/SE), que, neste ano, tá ainda meio na marcha lenta por conta das eleições municipais.
Mas nem isso devia servir de desculpa pra atual fase da disputa, muito pueril e atrapalhada, pelo menos em relação ao que se viu até aqui.
E AnderSonsBlog elenca o que lhe causou espanto e que deve estar preocupando profundamente os advogados e advogadas do estado que realmente veem na OAB/SE a grandeza que lhe cabe, seja na defesa das prerrogativas advocatícias e outras questões interna corporis, seja no papel fundamental da Ordem na garantia de um turbilhão de direitos para uma sociedade efetivamente democrática.
Então, vamos lá: a primeira coisa vista mais midiaticamente, especialmente pelas redes sociais, foi uma série de vídeos que o perfil Juntos Pela Ordem SE divulgou. Neles, num total de dois até o momento, é dito que o Portal da Transparência da OAB/SE apresenta inconsistências, detectadas por uma auditoria externa, que apontariam para ‘pedaladas fiscais’ com vistas a encobrir um suposto rombo de quase R$ 5 milhões, além de transferência ilegal de recursos pra contas bancárias de dirigentes atuais da OAB/SE.
Pera lá, gentes! Se esses dados são reais, são factuais, uns videozinhos na net são mecanismos reais e efetivos de contestação em relação as práticas da atual gestão, a cargo do presidente Daniel Alves Costa? Poxa vida, esse tipo de expediente não está muito aquém do que se espera de uma manifestação, seja ela qual for, em relação a uma disputa da importância que possui o comando da OAB/SE?
E a resposta de Daniel, tratando tudo como fake news, como baixaria da oposição, como atos “criminosos” de opositores, está a altura do cargo que ele atualmente ocupa? Estaria Daniel, ao se defender atacando os possíveis adversários de estarem criando meras narrativas, dando as respostas coesas, firmes e necessárias que merecem os advogados e advogadas que fazem parte e prezam pela Ordem?
Sabe, leitor e leitora, a sensação que fica é de que, pelo menos até agora, tanto esses opositores do Juntos Pela Ordem SE, como também a gestão de Daniel na OAB/SE não estão a altura da força que a Ordem possui e que dela não pode prescindir.
E que se não surgir nada e nem ninguém para elevar o nível do debate e reforçar o papel que a OAB/SE possui para a advocacia e para a sociedade, o que veremos é, sim, uma eleição amadora, na base de xingamentos de lá e de cá e sem debates sérios e estratégicos, tudo como se a disputa pelo comando da Ordem se restringisse a uma eleição bem chinfrim, daquelas que aconteceram, por exemplo, em muitas cidades em que o conceito de ‘curral eleitoral’ ainda insiste e persiste.
A advocacia sergipana não merece isso, né verdade advogados e advogadas de nosso Sergipe?