Na última terça, 22, em sessão extraordinária no Palácio Governador João Alves Filho, na Alese, os deputados estaduais se reuniram para eleger novamente a mesa diretora daquela Casa, que, mesmo depois de já eleita, teve que passar por um novo crivo dos pares.
E razão é simples: o STF considerou que a eleição anterior, que levou a mesa escolhida, encabeçada pelo atual presidente, Jeferson Andrade (PSD), ao comando da Casa no próximo biênio, 25/26, realizada em junho de 23, estava em desconformidade temporal, tendo que ser refeita. Simples e objetivamente assim!
E aí veio a eleição em si, com 23 votos a favor, nenhum contra, nenhuma abstenção e apenas uma ausência, a de Luizão Donatrampi (União), que está em viagem no Estados Unidos – seria fazendo campanha pro seu quase xará, Donald Trump?
Brincadeiras a parte, até se ouviu nas redes sociais um burburinho provocador que ‘incitava’ uma ‘rebelião’ dos deputados e deputadas no sentido de ser formada uma chapa oposicionista a Jeferson. Mas o resultado acabou sendo a mesma chapa eleita com os mesmos votos.
E até na própria votação, a deputada Linda Brasil (PSOL), que é oposicionista de quatro costados, revelou a disposição para ser candidata a “presidenta, mas não encontrei companheiros para a chapa. E voto sim em nome da coerência”, disse a deputada ao proferir o seu voto pela manutenção do resultado anterior da eleição, mas ressalvando que tem o desejo, legítimo e que cabe a todos parlamentares, de comandar a casa em atua, ora pois!
E aqui está a questão: coerência. Sim, os deputados e deputadas já haviam votado em Jeferson e em toda a chapa lá em junho de 23. Teria alguma lógica mudarem de posição por conta de uma decisão do STF pela realização de uma nova eleição? Lógico que não!
E nessas horas, leitor e leitora, é que aquelas gratas surpresas, muitas vezes raras também, aparecem em uma atividade complexa e tão criticada como é a política, pois o que se viu foi a manutenção da palavra dada. E precisa de mais nada?
Por isso que a ‘grita’ de alguns poucos de que deveria haver algum tipo de insurgência na Alese não faz o menor sentido. Porque se os políticos agem de forma decente, tem quem reclame. Mas se agissem pra ‘trair’ Jeferson Andrade nesse momento, aí sim e que mereceriam muitas e muitas ‘gritas’, nesse caso com a mais absoluta razão.
É como disse o deputado estadual Marcos Oliveira (PL), que inclusive é oposição na Alese e até poderia se posicionar contrário ao que, enfim, foi decidido no parlamento: “É importante que ressaltemos que a decisão jurídica é uma e a decisão política é outra. Quando todos os deputados e deputadas decidiram pela reeleição de Jeferson, isso foi uma decisão política. Lógico que não falo pelos demais parlamentares, falo apenas por mim. Do meu ponto de vista, a decisão política que tomamos lá atrás pode ser plenamente mantida, com os mesmos nomes na mesa diretora e com a recondução normal de Jeferson a presidência. Até porque isso mostra compromisso e cumprimento de palavra”.
Precisa dizer mais alguma coisa?
1 Comentário
Ribeiro Filho
A única fidelidade que os políticos conhecem e praticam é a eles mesmos e aos seus interesses particulares. Não existe formação de blocos políticos para defender os interesses de quem os elegeu para representá-los. Muito cuidado com o uso da palavra FIDELIDADE Quando ela está associada a interesses escusos, não devemos usar a fidelidade, pois nesse caso a palavra devid é CUMPLICIDADE. Pronto falei…