Na semana passada o deputado estadual Ibrain de Valmir (PV) concedeu uma entrevista reveladora ao Itnet Notícias. Lógico que a turma que defende o indefensável saiu logo com quatro pedras na mão para atacá-lo. Mas o fato é que o deputado apenas relatou fatos escabrosos que estão acontecendo exatamente nesse momento do final da gestão da prefeita Hilda Ribeiro (Republicanos) em Lagarto.
Senão, vejamos: “a gestão abandonou a cidade enquanto a população paga o preço pela incompetência. É inadmissível que crianças fiquem sem alimentação e educação regular”, foi a fala de Ibrain. E isso se confirma pelas mais diversas postagens nas redes sociais que expõem essas mazelas, confirmando que existem creches fechadas, escolas sem alimentação e em regime de rodízio. Não foi Ibrain que causou isso e nem inventou, ele apenas verbalizou o sofrimento do povo de Lagarto nesse momento.
Mas a turma que defende a atual gestão não se cansa de criar narrativas, inclusive dizendo que Ibrain está em defesa é da futura gestão de Sérgio Reis (PSD), prefeito eleito.
Aí AnderSonsBlog, que é lagartense raiz, começou a pesquisar um pouco e propõe aqui que todos analisemos a situação por outro viés. Vamos, portanto, pegar um corte bem específico: 1988 à 2024. Em 88 do século passado o prefeito eleito foi Zezé Rocha, recebendo a prefeitura do saudoso Artur Reis. Como eram aliados, tudo em paz na passagem de comando. Já em 1992, vence Cabo Zé, adversário de Zezé. Mas nem por isso o espaço entre a eleição e a posse do Cabo teve essas doidices que estão acontecendo hoje.
Já em 1996 vence a eleição Jerônimo Reis. E mesmo com todo o esgarçamento da disputa eleitoral e com problemas de final de gestão, a passagem de poder foi feita de forma institucional, com Jerônimo recebendo a gestão e podendo governar em paz.
Em 2000, Jerônimo se reelege e, em 2002 entrega para Zezé pois saiu candidato ao Senado. Novamente nenhum problema de transição. Em 2004, Zezé se reelege e, em 2008, chega a vez do saudoso Valmir Monteiro se eleger. De Zezé para Valmir, adversários políticos, zero problema na transição. Em 2012, Lila Fraga se elege e Valmir passa a prefeitura sem nenhum problema. Em 2016, Valmir novamente se elege e Lila, mesmo tendo problemas ocorridos em sua gestão, passa a prefeitura em ordem e com os serviços funcionando.
E mesmo em 2019, quando sofreu um golpe covarde que lhe tirou do poder, Valmir entregou a prefeitura a Hilda em total funcionamento. Aí Hilda se reelege em 2020 e agora, no ano da graça de 24, quer entregar uma prefeitura em frangalhos para o seu sucessor, Sérgio Reis? É isso mesmo, minhas gentes?
Assim, ao exigir respeito de Hilda com os serviços públicos da prefeitura de Lagarto, o que Ibrain de Valmir faz, na realidade, é exigir respeito a tantos gestores que, independente de posicionamentos políticos divergentes, fizeram as suas partes ao final das suas gestões. Inclusive o seu pai, Valmir Monteiro, que deu exemplos claros de que transições de poder não são espaço para deixar ‘cascas de banana’ e nem ‘pegadinhas’ administrativas.
Faltando pouco mais de um mês para que a gestão de Hilda Ribeiro finalmente acabe, as denúncias de Ibrain de Valmir deveriam servir é como um alerta para a atual gestora, afinal o povo não pode ficar a mercê da incompetência de quem quer que seja e a história lagartense, em que pese sempre ter sido marcada por embates intensos entre adversários políticos, na hora de entregar o poder, nenhum deles, até aqui, pelo menos, quis deixar uma prefeitura esbagaçada para o adversário assumir. Será que Hilda será a primeira a tomar uma tão atitude negativa dessas? O povo de Lagarto roga encarecidamente que não!