O fato de termos, numa casa de formatação tão complexa como é a Câmara dos Deputados em Brasília, lados opostos e efetivamente compostos por adversários políticos antagônicos ao extremo, é até salutar para o fortalecimento da democracia. Até mesmo porque o fundamental é que o contraditório seja debatido, sempre, mas sempre de maneira civilizada.
Agora, quando os opostos passam a se atacar verbalmente, aí a coisa muda de figura, passando a ser um ridículo vale-tudo no lugar do que deveria ser um necessário debate.
E o que se viu no plenário da Câmara nesta quarta, 19, foi simplesmente absurdo: deputado e deputadas bolsonarista, em virtude de estarem com seus ‘egos’ feridos diante das denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, deram início a um bate-boca terrível e improdutivo com parlamentares governistas – que não poderiam, em nenhuma hipótese, cair nessa ‘arapuca’ armada, né verdade?
E o pior de tudo isso é que, naqueles momentos entre a tarde e a noite em que a sessão da Câmara transcorria, a casa estava sendo presidida pela deputada federal Katarina Feitoza (PSD), que acabou desrespeitada enquanto parlamentar e, mais grave ainda, enquanto a pessoa que, naquele momento, estava no comando de uma casa que se imaginava ser composta por pessoas minimamente ajuizadas!
Veja o que disse o deputado Hugo Motta (Republicanos/PB), sobre a situação: “pedi para a Delegada Katarina, que é a terceira secretária da Mesa, vir a esta presidência presidir os trabalhos para evitar que nem um deputado do PT, nem um deputado do PL presidisse, diante do ambiente que estamos vivendo. Mas enquanto a Delegada esteve aqui, ela estava com toda a autoridade da presidência da casa para conduzir os trabalhos. Ninguém vai desrespeitar uma parlamentar ou qualquer parlamentar que esteja no exercício da presidência”. Ato contínuo, Hugo Mota pediu desculpas a Katarina pelo vexame dado pelos parlamentares que transformaram a Câmara numa espécie de octógono de UFC, faltando apenas a troca de socos e pontapés para que essa triste metamorfose acontecesse de fato!
Na verdade, o que é preciso ser ressaltado é que Katarina, além de ser uma mulher sergipana nos representando em Brasília, é também uma figura educada e de fino trato. E é também delegada! Agora, imagina só se ela usasse dessa prerrogativa, como operadora de Segurança Pública, e desse voz de prisão pra essa ruma de baderneiros que tentaram fazer da Câmara dos Deputados um ‘puxadinho’ de suas frustrações políticas? Não era bem empregado?
“Aqui nós somos todos deputados eleitos pelo povo! Isso que está acontecendo aqui é uma vergonha (…) vocês sabem o que é ordem? É isso o que eu estou pedindo a vocês”, disse Katarina antes de suspender a sessão.
Assim, pela elegância mantida, pela paciência garantida e pela postura sempre honrosa, mesmo diante de tanta gente mal educada e FDP, os parabéns vão para Katarina Feitoza que, pela sua grandeza, acabou saindo maior do que entrou nesse triste episódio que o Brasil testemunhou na última quarta. Mandou bem demais, Katarina!
E conte com a solidariedade deste AnderSonsBlog, pois nenhuma diferença ideológica e/ou de posicionamentos justifica a molecagem que esses ditos ‘parlamentares’ cometeram. Que isso tudo sirva de lição e não se repita nunca mais! E tenhamos dito!
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