Jozailto Lima, no seu necessário JL Política & Negócio, aprofunda jornalisticamente o que é que está no âmago das intenções do prefeito de Lagarto, Sérgio Reis, propor uma re-união Fábio/Rogério

Existe um termo no Jornalismo, ‘suíte’, que pode ser explicado de forma simples: trata-se de um prosseguimento, de um aprofundamento, de uma continuidade em cima de um fato que já foi jornalisticamente tratado por esse mesmo alguém que, nesse caso, estaria ‘suitando’, beleza? Então vamos lá: no último domingo, 16, o jornalista Jozailto Lima, em seu JL Política & Negócio, lançou mão de uma entrevista muito interessante com o prefeito de Lagarto, Sérgio Reis (PSD), que, em meio a muitas informações pertinentes, garantiu seu apoio à reeleição do senador Rogério Carvalho (PT) e defendeu uma reaproximação dele com o governador Fábio Mitidieri, do mesmo PSD. Daí em diante a repercussão foi gigante, com sites, portais, páginas nas redes sociais, rádios e que tais – até este AnderSonsBlog cuidou de repercutir tão importante fala – a reproduzir a declaração de Sérgio, bem como ouvindo os posicionamentos de Fábio e Rogério. E eis que, no início na noite desta sexta, 21, Jozailto voltou a carga e ‘suitou’ o assunto de maneira brilhantemente aprofundada (leia a publicação original AQUI). O texto segue reproduzido abaixo e VALE LEITURA demais! Ainda mais porque, em tempos de tanta informação estéril circulando por aí, conferir um trabalho jornalístico de fôlego desses é sempre um bálsamo!

Aliança entre Fábio Mitidieri e Rogério Carvalho é defesa “orgânica” e muito “pura” de Sérgio Reis. E ele vai em frente

Jozailto Lima*

A defesa que o prefeito de Lagarto, Sérgio Reis, PSD, faz de uma aliança política em 2026 entre o governador Fábio Mitidieri, PSD, e o senador Rogério Carvalho, PT, está mais consolidada e convincente na cabeça do defensor do que possa imaginar muita gente. Entre essa muita gente, estão os dois bicudos que Sérgio quer fazer se aproximar. E isso é uma defesa “orgânica” e muito “pura” dele.

E, no fundo, não se trata, da parte de Sérgio Reis, de um mero exercício de sobrevivência política dos dois a quem ele tentar aproximar. Muito menos do próprio Sérgio. No geral, Sérgio está exercitando uma espécie de pragmatismo político-administrativo: ninguém lhe tira da cabeça que, unidos, Fábio e Rogério poderão fazer mais e muito por Sergipe.

Ninguém tira da cabeça de Sérgio Reis que, ao atrair Rogério e Fábio para a sua rede política e eleitoral, e ambos se reelegendo em 2026, Fábio poderá ampliar mais e mais as entregas que já vem fazendo e que ele, Sérgio, considera que já são enormes e significativas.

De modo que Sérgio Reis está, de fato, mais atracado à ideia de casar os dois do que muita gente percebeu até agora. Esta tese dele apareceu com força no domingo, 16, na Entrevista Domingueira deste Portal JLPolítica & Negócio, quando ele lançou a âncora pública da aliança. Naquele mesmo domingo, recebeu o senador em casa para um almoço e fez enorme mídia sobre o tema. Mas ambos já vinham conversando sobre isso, inclusive com uma visita do prefeito ao senador em Brasília. 

Mas a partir da ação de Sérgio no Portal JLPolítica e da visita de Rogério a Lagarto, o governador Fábio Mitidieri levantou a cartinha e se assenhorou mais dos fatos. Quis saber do próprio Sérgio até onde iriam esses arranjos. Sérgio, naquele seu jeitão bicho solto, e muito seguro, não negou nada e reafirmou tudo.

“O governador Fábio Mitidieri quis saber de mim se era verdade aquilo que ele estava sabendo somente pela imprensa. Eu disse a ele que era verdade, sim. Que eu tinha inclusive comunicado a ele que iria a Brasília e que conversaria com o senador Rogério Carvalho”, disse Sérgio nesta sexta, 21,à Coluna Aparte.

“Só que ele não imaginou que eu já sairia de lá de Brasília com uma posição política, que é a de defender a aliança com Rogério, além das questões administrativas de Lagarto sobre as quais conversei com o senador. E ele, como governador do Estado e líder do nosso agrupamento, cobrou-me que essa minha posição deveria ter sido comunicada primeiramente a ele antes de me expressar na imprensa. Eu disse a ele que de certo modo ele tinha razão”, justificou Sérgio a esta Coluna.

Mas por que não disse ao governador sobre o que iria falar com Rogério? “Eu não queria comprometê-lo com a minha decisão, porque a partir do momento que ele tomasse conhecimento prévio ele poderia tentar me convencer do contrário ou ser cúmplice do meu posicionamento político. Então não comunicá-lo, foi uma forma de protegê-lo”, garante Sérgio.

A tese central de Sérgio Reis – será que é de fato correta, vinda do senador? – é a de que Rogério tem significados demais para ser deixando de lado. “Entendo que Rogério Carvalho, como senador de Sergipe, hoje como líder da bancada no Senado, um lagartense, meu conterrâneo, um cara que fez interlocução com Déda e Lula para levar a UFS, a Faculdade de Medicina e o Hospital Universitário para Lagarto, tem muito serviços prestados à nossa cidade, é uma figura importante para o futuro e que não deve ser posta à margem”, teoriza o prefeito.

“Esse desentendimento político entre eles (Fábio e Rogério) do momento pode ser visto como inconsistente. Porque certo mesmo é que eles sempre foram aliados. Houve um estremecimento e acho que através de um diálogo republicano, transparente, com as coisas postas sobre a mesa, tudo vai se resolver e dar em entendimento, porque ambos vão entender que o melhor para Sergipe e para administração é esta união”, aponta Sérgio Reis.

O prefeito de Lagarto insiste que está fazendo tudo isso sem que levar em conta qualquer interesse político e eleitoral no campo pessoal. “Eu disse ao Governo: “Eu sou seu aliado de primeira hora, continuarei sendo e não abro mão de levantar a bandeira do seu governo”. Não abro mão de ir para a linha de frente, divulgar as ações do Governo dele, até por ser ele um dos governadores que mais têm entregas reais no Estado de Sergipe, ser dono dos melhores indicadores sociais e econômicos dos últimos anos e ter política de governo para todas áreas nucleares do Estado, por estar trabalhando de forma planejada e eficiente e começa a partir de agora a surtir efeito”, reforça Sérgio.

“Eu disse a Fábio: eu sou um aliado que não está buscando grupo novo e tenho legitimidade, como prefeito de uma grande cidade, de tentar essa aproximação, porque não tenho nenhum interesse na chapa majoritária de 2026. Meu interesse é no bem-estar social de Sergipe. Quem pode estar reclamando dessa minha ação é quem esteja se sentindo prejudicado de qualquer posição de ordem eleitoral. Mas como aliado do Governo, entendo que a gente precisa ampliar o leque de alianças para que a gente possa, durante esses próximos seis anos, implementar as grandes ações que o Governo já começou a fazer durante esses dois primeiros anos”, pontua Sérgio.

E para deixar sua defesa ainda mais limpa e sem impurezas, Sérgio Reis adverte que todos os movimentos que faz nesta questão são de iniciativa pessoal. “Preciso deixar patente que nem Rogério me deu esta incumbência de conversar com o governador e nem governador me deu a incumbência de conversar com Rogério. Este movimento reflete uma posição unicamente minha, por entender que isso é possível, e vou tentar, a partir de agora, começar a construir uma agenda administrativa para que Sergipe, tanto com o senador quanto com o governador, possa estar participando e interagindo em nome dos interesses gerais”, diz.

*é Jornalista e mantenedor do site JL Política & Negócio

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