Em 1988, com Jackson Barreto estourando de votos para vereador de Aracaju após ter sido apeado da prefeitura, para a qual havia sido eleito em 1985, Edvaldo Nogueira, então no PCdoB, chegou à vereança.
Após aquela eleição, a próxima em que Edvaldo se elegeria seria em 2004, como vice do saudoso Marcelo Deda, que se reelegeria prefeito da capital sergipana.
Aí veio 2006, Deda se elegeu governador e, para tanto, deixou a prefeitura em abril daquele ano, com Edvaldo assumindo. Em 2008, Deda foi apoio decisivo para que Edvaldo se reelegesse prefeito de Aracaju.
Aí, em 2016, com Jackson Barreto como governador, Edvaldo Nogueira teve nele o apoio decisivo para voltar à prefeitura de Aracaju. E sua reeleição, em 2020, contou com novo apoio decisivo, desta vez da parte do então governador Belivaldo Chagas.
Esse breve resumo da trajetória eleitoral de Edvaldo se dá por conta de uma constatação: ele sempre teve, nas eleições que disputou e venceu, a parceria de figuras de extrema coragem na política. Deda, JB e Belivaldo foram fiadores de peso e garantiram a Edvaldo oportunidades absolutamente únicas, inclusive proporcionando a ele um período, inédito, de quase 15 anos administrando Aracaju.
Isto posto, levemos em consideração algo que praticamente todo mundo viu, viveu ou presenciou na infância: sempre teve aquele colega que apostava as fichas na coragem dos outros colegas. E embora alguns pudessem chamar a isso de ‘covardia’, quando se olha em perspectiva, há que se conceber que se tratava, também, de ‘estratégia’, pois mesmo sem entrar na ‘briga’, acabava-se vencendo a querela, entende, leitor e leitora?
Mas tem momentos na vida que é preciso, sim, chamar pra si o embate, frontal e diretamente. E, talvez, esse momento tenha chegado para Edvaldo Nogueira no ano da graça de 2026. Sim, porque fica cada vez mais claro que, na chapa governista a ser montada pelo governador Fábio Mitidieri (PSD), Edvaldo não terá espaço majoritário: não caberá lá como vice e, provavelmente, nem como um dos dois candidatos a senador – e essa conversa de ‘três’ senadores numa mesma chapa é tão fiada quanto aquela de ter ter várias candidaturas da base à prefeitura de uma capital, né não? Entendedores entenderão!
E aí, numa encruzilhada dessas, caberia o quê a Edvaldo Nogueira, até como forma de honrar todo o apoio que Deda, JB e Belivaldo um dia lhe deram? Ora, ora, bater no peito e, com o seu PDT, se viabilizar como pré-candidato a governador!
E o interessante é quue ninguém tem aventado essa possibilidade ‘edvaldiana’ nem na política e nem na imprensa. Mas é que, na política, muita gente ‘torce o bico’ pra Edvaldo justamente por essa maneira ‘caronista’ de ir às eleições, sejam elas quais forem. Políticos admiram políticos que ousam, que se comprometem e que não têm medo de desafios grandiosos.
Já na imprensa, a falta de uma análise sobre o potencial real de Edvaldo Nogueira está sendo modestamente corrigida por este AnderSonsBlog que, sem a menor pretensão de decidir por Edvaldo qual seria o melhor caminho a seguir, também não se faz de rogado: com tanta experiência no Executivo, por qual razão seria normal ver o ex-prefeito de Aracaju se contentar em se ‘esconder’ num mandato legislativo?
No mais, vale o mantra: coragem, Edvaldo, coragem!
1 Comentário
Grace
A chance que ele teve de se insurgir e lançar candidatura própria, foi na eleição passada. Ali, as chances eram boas, tinha a máquina na mão. Agora, C,est fini. Nem AM, ou mitidieri, muito menos o PT e seus próprios ex-apoiadores….