Quando na tarde da última terça, 28, a prefeita de Lagarto, Hilda Ribeiro (Solidariedade), foi às suas redes sociais comemorar a aprovação do projeto de lei que entrega de mão beijada um patrimônio histórico e cultural de Lagarto, o Parque de Exposições Nicolau Almeida, à iniciativa privada, com certeza ela não imaginava o reboliço que estava por vir.
Se imaginasse, provavelmente não pagaria o mico que pagou ao comemorar algo que, em sã consciência, deveria mesmo era ser repudiado, pois ao enviar o tal projeto à Câmara de Lagarto, Hilda assinou um atestado de incompetência de sua gestão no cuidado, manutenção e utilização dos espaços públicos lagartenses.
Mas voltemos a esse tema mais adiante porque, agora, se faz necessário um pouco de contextualização histórica para não passar a impressão de que AnderSonsBlog pega no pé de Hilda e de sua gestão de maneira gratuita. Por isso que é necessário mostrar que o buraco é beeeeeeeem mais embaixo. Vai vendo!
Hilda chegou à prefeitura após o titular, Valmir Monteiro (PSC), sofrer um golpe. E nem adianta tentar mandar a narrativa de que Valmir cometeu erros, porque mesmo que os tenha cometido, o principal erro dele foi confiar no marido de Hilda, o deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos), nas Eleições 16, quando ela se tornou vice dele, né verdade?
Assumindo em 19 após o afastamento e prisão de Valmir, Hilda cumpriu um mandato tampão e, meio que no susto, se reelegeu prefeita em 20. Só a partir daí a qualidade (ou a falta) de sua gestão começou a ficar aparente.
Cidade mal cuidada, com insistentes conflitos com servidores, Hilda ainda teve a pachorra de negar uso de solo à Codevasf para calçamento e urbanização de povoados apenas porque os recursos tinham sido conquistados por um adversário político, o deputado federal Fábio Reis (PSD).
E AnderSonsBlog recebeu a informação, ainda em fase de checagem, de que recursos parlamentares do deputado estadual Ibrain de Valmir (PV) também não foram utilizados pela gestão lagartense por ele também ser adversário político. Uma lástima!
No poder e com a força da caneta cheia de tinta, a gestão de Hilda tascou a contratar e a nomear CCs. E a coisa é tão absurda que o vereador Matheus Corrêa (Cidadania) denunciou recentemente que, apesar de ter menos de 2.000 servidores efetivos, a máquina pública em Lagarto está inchada com mais de 3.000 contratados e comissionados. Se isso não é irresponsabilidade no trato com o erário, não se sabe mais o que é ser irresponsável, né verdade?
E na falta de obras próprias, a administração lagartense passou a pegar carona nas dos outros, como por exemplo o asfaltamento da pista do povoado Pau Grande, na região da Colônia 13, que é uma rodovia estadual que está sendo feita pelo governo do estado, mas que Hilda e Gustinho dizem, na maior cara de pau, que se trata de uma obra dos dois! Cinismo é pouco!
Percebe, leitor e leitora, que os fatos são muitos e falam por si em relação a má condução dos destinos lagartenses? E tanto isso é verdade que a cidade, antes de Hilda a maior do interior sergipano, nesses últimos anos perdeu o posto para Itabaiana, município cujo crescimento vem pautado por gestões públicas sérias, trabalhadoras e progressistas. Mas no marketing, tudo vai muito bem na ‘capital’ do interior, né verdade?
E aqui, neste ponto, voltamos à questão do Parque Nicolau Almeida. Já começa errando quem coloca a culpa no Grupo Maratá. Na verdade, a empresa foi convidada a fazer a tal permuta.
O que, ao final e ao cabo, representa mais uma incompetência administrativa da gestão de Hilda Ribeiro, que não abriu a possibilidade de uma ampla concorrência pela ocupação privada do espaço, já que a própria gestão não teve competência para assumir suas funções e fazer do parque um espaço público útil para a comunidade lagartense.
Sim, porque durante as gestões do ex-prefeito Valmir, por exemplo, a área vinha sendo utilizada pela gestão, a exemplo de uma atividade extremamente positiva como a essencial equoterapia, bem como para eventos contínuos, como a celebração nos meses de outubro, por exemplo, do Dia da Criança, quando atividades eram por lá realizadas para festejar a infância lagartense, especialmente daquelas crianças oriundas das camadas mais pobres da sociedade. Não à toa que Valmir se posicionou contrário à aprovação do projeto de entrega do parque à iniciativa privada.
Já da parte do outro agrupamento político local, o deputado e secretário de representação de Sergipe em Brasília, Sérgio Reis (PSD) se manifestou contrário ao projeto pelo fato da gestão de Hilda querer trocar o espaço público por um centro administrativo tão distante do centro da cidade, o que dificultará, caso se concretize, o acesso das pessoas aos serviços administrativos da gestão.
E Sérgio foi além, destacando que, caso fosse inevitável a tal troca, a prefeitura de Lagarto deveria negociar era um outro espaço para a construção de um novo Parque de Exposições, a imediata construção de um Centro de Equoterapia e ainda a construção de uma UPA 24 horas, visto que, mesmo sendo vendida marqueteiramente como ‘cidade saúde’ pela gestão atual, por conta da chegada do Hospital do Amor e por possuir um campus de saúde da Universidade Federal de Sergipe, o Hospital Monsenhor Daltro, federalizado, volta e meia colapsa devido à falta de estrutura da saúde municipal sob a gestão de Hilda.
Mas mesmo diante de tantas comprovações de incompetência em gestão, a prefeitura insistiu no projeto de entrega e o fez parecendo uma colcha de retalhos em que cada remendo saiu pior do que o soneto.
Tanto isso é verdade que o Ministério Público de Sergipe foi à Justiça pedindo a suspensão dele devido à falta de informações básicas e minimamente confiáveis, a exemplo das avaliações do parque e do prédio que seria cedido em troca.
Mas ainda piora: o presidente da Câmara, eleito pelo agrupamento de Valmir, mas bandeado para a base de Hilda, Amilton Fontes (PSC), permitiu que esse projeto, similar à uma excrecência, fosse pautado e levado à votação. E olha que Amilton é advogado, viu?
E para fechar essa ópera-bufa de Hilda Ribeiro no comando da prefeitura de Lagarto, faltava mais o quê? Bem, faltava, pois não falta mais, visto que a prefeita lançou um Registro de Preços, que pode chegar a até R$ 20 milhões, para “execução dos serviços de manutenção, adaptação e conservação e melhorias de prédios públicos e praças do município”.
Ora, com uma secretaria de Planejamento que elabora uma peste dessa depois que o município entrega um dos maiores espaços públicos municipais, ainda que essa entrega esteja, atualmente, sub judice, a verdade é que não tem como encontrar o menor sinal de competência administrativa na gestão de Hilda Ribeiro em Lagarto e cabô!
Tanto isso é verdade que já há boatos de que o Grupo Maratá, diante do imbróglio em que a entrega do Parque de Exposições está envolvida, e para preservar a bela história da empresa em Lagarto, em Sergipe e no Brasil, já vislumbra uma forma de desembarcar da canoa furada que se tornou a gestão de Hilda como um todo, mas com especial aprofundamento das suas incompetências nesse episódio da entrega do Parque de Exposições Nicolau Almeida.
Para AnderSonsBlog, caso planeje mesmo se retirar do caso, o Grupo Maratá está mais do que certo. E a população lagartense, por sua vez, tem ao menos a alegria de saber que, em respeito à democracia, essa necessária convivência com a extrema incompetência já tem data marcada para acabar: 31 de dezembro de 24.
Lógico que, diante de tantas provas cabais, ainda deverão acontecer outros episódios de incompetência administrativa em Lagarto, infelizmente. Mas é aquela coisa: não há bem que sempre dure e não há mal que nunca acabe, né verdade?
Assim, tudo passa. E Hilda também passará! Ainda que, ao passar, sua gestão vá direto para a lata do lixo da história ao ser lembrada como a mais vendilhona, privatista, entreguista e incompetente administração que já se teve o desprazer de ver passar pela prefeitura de Lagarto. E tenhamos dito!
12 Comentários
M
Gestão de vergonha !
Silvana Santiago
Pior é deixar aquilo como estava,jogado às traças, parabéns prefeita,moro em Aracaju não voto mais em Lagarto, mas sou Lagartense,parabéns por fazer slguma coisa por esse espaço
Araújo
Se você não vota em lagarto não tem direito de opinar. Bjos
Vera
A prefeita visa a evolução da cidade e a economia q a prefeitura vai lucrar . Assim sendo a prefeitura não vai gasta com aluguel de prédios na cidade . TB esperamos q a prefeitura faça uma parceria com a eco terapia em um local digno e legal para esse trabalho magnífico. 🙌
José Mirabel
É uma verdadeira vergonha essa negociação. Não justifica, em qualquer hipótese, entregar o parque de exposição a iniciativa privada.
Tomara que o MPE/SE impeça esse descalabro.
O jornalista Anderson, independente de ser oposição a atual gestão municipal, foi muitíssimo feliz com a explanação feita. Gostaria que todos os lagartenses tivessem acesso a este conteúdo jornalístico.
Sou lagartense, resido em Aracaju, há mais de 35 anos, mas não perdi meu amor por minha cidade.
Lagartense Sincero
Os 2 últimos comentários só podem ser de servidores em Cargo Comissionado!!
lucas
ela está certa mesmo aquilo ali só serve de abrigo pra noia ninguém se manifestar quando acontece algum delito naquela região sou a favor daquilo ali N existir parabéns pra atual gestão.
e aposto q essa matéria aqui foi feita por um saramandaia kkk e olhe q eu N trabalho e nem dependo de prefeitura pra depois virem com Mimi falando q e só mais um mamateiro kkk.
Eu
Eu sou da opinião que para uma cidade crescer economicamente, e expandir sua área urbana, não é necessário passar por cima de suas tradições.
José Mirabel
Anderson.
Parabéns pela eloquência, clareza e assertividade quanto a presente matéria.
Essa negociação proposta pela gestão municipal de Lagarto é um afronta, um descalabro, um verdadeiro absurdo.
José
Essa negociação da prefeita e o Grupo Marata nada mais é do que o pagamento do apoio da campanha anterior e selar apoio para próxima campanha política.
Gatinhaesperta
O que aconteceu, simples: para ganhar a última eleição a atual prefeita fez um belo acordo com grupo Maratá que agora está cobrando sua parte (ou parte dela). O autor do texto até tenta tirar o grupo Maratá da reta(claro, quem vai querer se meter com uma potência e quem sabe até futuro apoio a seu lado político), porém, quando fiz que o grupo pensa em abandonar a canoa furada, por acaso vai deixar a exposição? Não. Não preciso dizer mais nada. Essa “negociação” foi uma vergonha sem fim. E o pior é ver gente tentando justificar a entrega com a conversa fiada de quebo parque estava abandonado quanta burrice!!! Óbvio que ele tinha que estar abandonado, pq a prefeitura iria cuidar como devoa de algo que pretendia entregar? O que os burros iam ter pra justificar a entrega? Mas vamos tentar desenhar pra vê se vcs entendem. Se o parque estava abandonado, não seria mais lógico a prefeitura reconhecer seu valor e CUIDAR de um patrimônio histórico e cultural ao invés de entregar? Mas é isso, quando o povo é cego e burro elege políticos espertos e corruptos, o Brasil inteiro é prova disso. Mas tb, o que esperar dessa cidade de gente mais preocupada em tentar mostrar o que não tem e o que não é. Lugar de gente mediocre e pequena.
Rocha esse sou eu
Quem n tem gestão vende em troco de algo pessoal esse é jeitinho brasileiro, ou muda de mentalidade ou só um bomba nuclear