Ano difícil pro jornalismo sergipano: Osmário, Thais Bezerra e, por último, Eugênio Nascimento. Não se trata da questionar a finitude, mas de celebrar gente que fez da vida algo inspirador. É isso!

Arrepare, Osmário! O bordão criado pelo jornalista Osmário Santos, ou Osmário, ou Ós, ainda é lembrado pelo querido amigo e também jornalista Cláudio Nunes – ou seja, Osmário deixou entre nós a sua marca. Mas tem mais: lá pela metade dos anos 1990, em pleno século passado, este que vos tamborila no teclado estava como ‘dublê’ de produtor cultural em Lagarto e somente balbuciando as suas primeiras palavras radiofônicas – embora, já ali, tivesse tido passagens pela Eldorado FM e pelas Aparecida FM/Progresso AM.

E para divulgar as festas que realizava, sem nem um tostão de receita, lá vinha pedir ajuda à imprensa aracajuana. E Osmário recebia com todo carinho os CD’s de divulgação, o material gráfico de bandas como Caviar Com Rapadura, por exemplo, dava aquela força em sua coluna no Jornal da Cidade e, registre-se, sem nada pedir em troca. “Cultura a gente tem a obrigação de divulgar”, dizia.

Osmário Santos nos deixou em 26 de maio de 2024 aos 72 anos…

Já ‘pousado’ em Aracaju, este AnderSonsBlog fez de tudo um pouco em Comunicação até que passou a fazer mais diretamente tanto o Jornalismo Político, num primeiro momento, como assessoria de imprensa pra essa seara. E, nesse segundo caso, espaço na mídia é essencial. E não é que o caderno semanal da colunista social Thais Bezerra, no Jornal da Cidade, era surpreendentemente um dos espaços de maior repercussão? Pois é!

Um dos colaboradores de Thais, Nick Passos – alô, Nick, como vai, caba véi? Saudades, amigo! –, dava a senha já na página 2, com perfis incríveis e, na página 3, a coluna Política era o suprassumo do espaço almejado por quem quer que fosse o assessor de qualquer que fosse o assessorado. E isso tudo se aliava a gentileza e generosidade de Thais. “Manda sempre essas notinhas legais pra gente publicar”, dizia.

Thais Bezerra nos deixou em 1º de abril de 2024 aos 64 anos…

Com aquele vozeirão de barítono, Eugênio Nascimento sempre atendia a ligações aqui da casa com o mesmo “fala, Andersooooon!”. E as sugestões de pauta eram ouvidas por ele, mas sem nunca deixar de contestar, pois essa função basilar do jornalismo o querido Eugênio carregava consigo seja em qual fosse a situação.

E nos nosso poucos, porém muito bons e intensos bate-papos no restaurante do Camilo, a toada era a mesma: questionar, contestar, contextualizar e, depois, entre um gole de cerveja e um petisco, o farfalhar de uma bela gaitada selava qualquer assunto e fazia de “M’Eugênio” um dos mais queridos do jornalismo sergipano – e o “M’Eugênio” este AnderSonsBlog pegou da querida amiga e jornalista Viviane Paixão, que era editora de Municípios do Jornal da Cidade e foi discípula aplicadíssima de Eugênio, ops, de “M’Eugênio”, como ela carinhosamente se referia a ele.

Eugênio Nascimento nos deixou em 31 de outubro de 2024 aos 67 anos…

E assim chegamos até aqui! E embora este AnderSonsBlog confesse que tem imensa dificuldade para lidar com os próprios mortos, perdas familiares e de relacionamentos pessoais que sempre doem muito, também revela que sente uma inveja danada dos mexicanos, posto que eles fazem celebrações literalmente festivas pra recordar seus mortos.

Como essa não é a nossa tradição, respeitemos. Mas que seria bom demais poder lidar com mais leveza em relação a essas perdas inevitáveis ao longo da vida, isso seria, sim!

Porque não se trata de reclamar da finitude incontornável, mas de ter a certeza de que cada um que passou por estas paragens teve algo, por mínimo que seja, de marcante e que, por isso mesmo, merece ter sua vida celebrada mesmo após a sua morte! Eis o sentido do dia 2 de novembro de 2024, Dia de Finados!

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1 Comentário

  • Araly Couto

    2 de novembro de 2024 - 12:43

    Como sempre, amigo, vc tão assertivo e de uma facilidade invejável com as palavras. Nesse texto, em particular, quanto respeito e saudosismo expressos de maneira leve e tão peculiar, que resumem com muita propriedade o quão importantes esses três mestres do jornalismo foram para nós. Parabéns pelo brilhante texto!

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