Pra fecharmos essa série de análises calcadas na ideia quase utópica de termos o que comemorar no dia da Proclamação da República, nada mais justo do que falarmos de eleição. Nesse caso, da eleição da presidência da OAB/SE, que acontece na próxima terça, 19.
E, infelizmente, mais uma vez e novamente teremos que ‘chover no molhado’: práticas nada republicanas tomaram conta da disputa com fake news, disparos em massa e todo um sortilégio de baixarias que são comuns nas eleições ditas comuns, mas não deveriam ser toleradas numa eleição como a da Ordem, com eleitorado preparado, estudado e exigente, ora pois!
Pois não é que uma decisão da Comissão Eleitoral da OAB/SE comprovou o que vem sendo dito por aqui, isso a partir de denúncia movida pela chapa do atual presidente, Danniel Costa, que alcançou a chapa da candidata Clara Machado? E o que diz, resumidamente, a decisão dessa comissão é que a chapa 5 “não promova disparo de mensagens”, nem as que se tratam de propaganda eleitoral e muito menos as que contenham conteúdo difamatório contra o candidato da chapa 2.
E qual a reação da chapa 5? Emitir nota se posicionando como ‘inocente’, lógico, mas também questionando por que a Comissão Eleitoral ainda não atendeu aos pleitos dela. Ou seja, seria como se um político em campanha, diante de uma decisão contrária da Justiça Eleitoral, se pusesse a questionar a própria… Justiça Eleitoral. Quer coisa mais sem sentido do que isso, ainda mais numa eleição em que todos os eleitores e todos os concorrentes sabem o que significa uma decisão liminar? Meu Deus do céu!
E o outro revés da chapa 5 foi ainda mais incisivo. É que a candidata a presidente Clara Machado usou um triste episódio em uma entrevista, numa fala depois reproduzida ad infinitum nas redes sociais. Trata-se do abominável ato de violência sexual contra uma advogada praticado por um colega de profissão.
Vamos aqui deixar os nomes de lado para que a vítima não sofra duas vezes. Mas quando Clara ataca Danniel por considerar que ele agiu de forma incipiente no caso, deixa ela de lembrar que, a partir do terrível acontecimento, protocolos foram criados e a proteção a mulher na Ordem está, sem trocadilho, na ordem do dia da atual gestão e terá que, obrigatoriamente, seguir assim em todas as gestões futuras. Simples assim!
Mas não parou por aí: Clara acabou tomando uma reprimenda da vítima que, em vídeo, deixou claro que não aceita que todo o drama, toda a violência e toda a exposição negativa a que ela foi submetida sejam usadas eleitoralmente. E no que ela está mais do que certa!
Leitor e leitora, seja advogado, advogada ou não, percebe o quanto a tecla em que este AnderSonsBlog tem batido tanto nessa eleição da OAB/SE, de que não é aceitável que uma disputa dessa magnitude se reduza ao tradicional ‘vale-tudo’ de eleições comuns, é realmente um fato? E isso porque mesmo nas eleições ditas comuns não deveria valer tudo, né verdade?
E como falta muito pouco para a eleição, que os advogados e advogadas de Sergipe tenham serenidade e escolham o melhor para o futuro de tão importante e necessária categoria profissional. É o que resta a gente torcer diante de tudo o que vem acontecendo num pleito cada vez mais parecido com aquelas eleições que todos nós meio que tapamos o nariz pra suportar, né? É isso! Sem mais!
1 Comentário
Ribeiro Filho
A Ordem do Advogados do Brasil – OAB, assim como os Diretórios Centrais Acadêmicos – DCE perderam completamente sua razão fundamental de existir. A primeira deveria cuidar e proteger legalmente seus afiliados do excesso de poder do magistrados e de sua ingerências causais, vide o cerceamento do STF dos advogados das vítimas do 8 de janeiro ao conteúdo dos processos e da humilhação nos julgamentos sumários.
O segundo grupo, os Diretórios que deveriam cuidar dos interesses dos estudantes universitários, viraram puxadinhos de partidos políticos de esquerda, que apenas utilizar esses espumosos e fumacentos Diretórios, em células atuantes e agressivas, para depredar, pichar os prédios das Universidades Federais e chamar de fascistas aos gritos, todo estudante que não esteja alinhado com suas práticas neo-marxistas comunistes.
Essas instituições se desviaram completamente de suas funções e razão de existir.