Na segunda, 30 de setembro, a Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE) julgou um caso que, infelizmente como vem acontecendo na história recente de Itabaiana, a votação já era de ‘conhecimento’ público no município a partir das expressões boquirrotas dos opositores de Valmir de Francisquinho (PL), ex-prefeito e líder do agrupamento atualmente no poder através do prefeito Adailton Sousa, também do PL.
Sim, leitor e leitora, foi isso mesmo que você leu: a oposição em Itabaiana, dividida no comando pelo deputado estadual Luciano Bispo (PSD), pela ex-deputada Maria Mendonça e pelo candidato a prefeito Edson Passos, também do PSD, bradava aos quatro cantos, em programas de rádio, em podcasts, nas esquinas das tradicionais fofocas, enfim, em todos os lugares que Valmir ficaria inelegível com o resultado desse julgamento.
Ato contínuo, foi feito um pedido de vistas na segunda-feira mesmo, o processo seguirá aguardando o desfecho, Valmir de Francisquinho teve sua candidatura deferida por 7 votos a 0 no TRE/SE e sua candidatura é irreversível, assim como a diplomação, em dezembro, e a posse, em 1º de janeiro de 2025, caso Valmir confirme todas as pesquisas e vença de forma retumbante a eleição do próximo domingo, dia 6, uma vez que mesmo que perca o processo em si, caberá à defesa de Valmir de Francisquinho recorrer da decisão, o que suspende qualquer possibilidade condenatória de imediato.
Ou seja: vida que segue, né isso?
Pois é, mas infelizmente não foi o que aconteceu. Na terça, dia 1º de outubro, com visitas marcadas para o bairro São Cristóvão, numa localidade chamada de Invasão – marcadas e devidamente informadas à Justiça Eleitoral via ofício e tudo – Valmir e sua equipe de campanha, além de familiares, como seu filho, o deputado federal Ícaro de Valmir, o deputado estadual Marcos Oliveira, ambos do PL, candidatos a vereança municipal e apoiadores realizavam suas visitas normalmente no início da noite e com limite até as 22h, conforme manda a legislação eleitoral.
E aí, ali por volta das 21h, muitos carros com seus para-brisas e demais vidros vedados, para que ninguém pudesse filmar ou fotografar seus ocupantes – mas esqueceram de vedar as placas, naquela velha, segura e certeira santa burrice, né? – começaram a rodear a turma de Valmir, que se autointitula orgulhosa e carinhosamente de Turma do Pato, e a acelerar os carros, a passar devagarinho entre os apoiadores, a fazer voltas e mais voltas no entorno da região onde a turma se encontrava, tudo numa clara tentativa de intimidação.
E o ponto mais alto de tudo foi quando um drone começou a sobrevoar os apoiadores de Valmir, também deixando claro que quem o operava estava dentro de um dos carros presentes. Pois bem, a turma, que não é brincadeira, observou que o drone estava caindo, começou a, literalmente, ‘mangar’ dos supostos ‘valentões’ e, após conseguirem pegar o drone acidentado e sob fortes vaias, os ocupantes dos veículos intimidadores caíram fora.
Mas, após uns poucos minutos, quatro estampidos são ouvidos e ficou mais do que óbvio que se tratava de tiros de arma de fogo. Lógico que todo mundo dispersou e se mandou, afinal não se tem a garantia de que os ‘valentões’ atiraram pra cima ou intencionaram realmente matar alguém.
Assim a visita, legalmente informada ao juízo eleitoral, frise-se, foi encerrada um pouco antes das 22h e, graças a Deus, nada de mais grave aconteceu. Valmir, seu vice, Zequinha da Cenoura, além dos deputados Ícaro e Marcos prometeram ainda ontem que nesta quarta, 2, denunciariam os fatos ocorridos munidos de vídeos e fotos, o que é exatamente o que deles se espera.
Agora, o que fica dessa situação toda como aprendizado e como alerta?
Como aprendizado é preciso entender de uma vez por todas que a turma que é contra Valmir em Itabaiana se arvora de ter um ‘poder’ sobre o poder Judiciário. E quando essa base do tripé que sustenta o Estado Democrático de Direito não dá a eles o resultado que eles não apenas sonham, mas saem espalhando aos quatro ventos, aí bate aquela revolta danada e fatos lamentáveis como os desta terça-feira acabam acontecendo.
E como alerta fica a necessidade de que as autoridades policiais estejam muito atentas e firmes na coibição desse tipo de ato, com tiros pra cima e ameaças de qualquer espécie, além de prender quem for pego nesses flagrantes delitos, pois lugar bom pra chorar derrota que não se sabe aceitar e que se quer reverter na base da força é na cadeia, né não? Sem mais!