Quando um não quer, dois não brigam! A sabedoria popular nunca falha!
Mas, quando se trata de interesses de gente muito poderosa, mesmo que um não queira, o outro briga e quem quiser que se dane!
Quer uma prova disso? Então tome: a audiência pública sobre os ataques da Aseopp às Associações Pró-Construção na Câmara de Aracaju já nasce com um lado em vantagem, o da Aseopp.
E embora tenha conversado com o vereador Bittecourt (PDT) e acredite mesmo que a intenção dele não era essa, AnderSonsBlog não vê possibilidade alguma da tal audiência servir a outra finalidade que não a de tentar dar um quê de justificativa aos ataques que a Aseopp promove de forma injusta contra o sistema associativo.
“Ah, mas então não seria a oportunidade da associações se defenderem?”, poderia se perguntar um leitor ou uma leitora mais crédulos. E a resposta é direta: não!
A defesa das associações tem se dado na Justiça – com extrema competência, diga-se -, em resposta às ações promovidas pela Aseopp; tem se dado nos órgãos responsáveis em que a Aseopp tem acionado as associações administrativamente; e, finalmente, tem se dado em parte (pequena) da imprensa, quando este AnderSonsBlog e, mais recentemente, o Blog do Higor Trindade, tem aberto espaço para o amplo debate e entendimento acerca de como as Associações Pró-Construção tem se transformado em uma opção justa, legal e corretíssima para quem deseja construir um imóvel à sua maneira, sem amarras ditatoriais que vinculem a construção ao desejo e imposição de uns poucos “donos” de tudo no mundo, ora pois!
Assim, grosso modo, a tal audiência servirá apenas para a Aseopp se manifestar e, invariavelmente, agredir e atacar o modelo associativo.
E isso ocorrerá porque a Aseopp é um ente associativo e representativo de algumas (poucas) grandes construtoras e tem um presidente para falar por ela, o empresário Luciano da Celi.
“Ah, mas as associações também não tem esse tipo de representação?”, o leitor ou a leitora mais insistente poderia questionar. A resposta novamente é direta: não!
E aqui talvez haja uma pequena confusão semântica: é que a Aseopp, Associações dos Empresários de Obras Públicas e Privadas, tem uma única direção e presidência. Já as Associações Pró-Construção são figuras jurídicas com prazo de validade, que vai do início da junção de associados para uma construção e termina quando a obra é concluída.
E não existe uma “associação das associações”, até porque, dentre as mais de 50 Associações Pró-Construção já formadas em mais de 30 anos em Sergipe, a imensa maioria já foi extinta porque as obras já foram entregues e as pessoas já vivem nelas.
E, dentre as que estão em andamento, quem é que se disporia a falar em nome de apenas uma delas um assunto que diz respeito aos ataques sofridos por todas?
E ainda que os ataques desferidos pela Aseopp às associações passem também pela agressão às empresas que prestam assessoria a essas associações, qual delas teria que falar em nome das demais sendo que elas são concorrentes entre si por oferecerem o mesmo tipo de assessoria para as associações, gente?
Percebe como se trata de um lado querendo briga e o outro lado querendo apenas trabalhar? E, de mais a mais, já imaginou se um servidor público de alto escalão, se um empresário bem-sucedido, se profissionais liberais de alto gabarito, que fazem o público associativo, fossem dar de testa com uma figura poderosa e influente como o presidente da Aseopp? O quão marcada essa pessoa ficaria e os riscos que ela passaria a enfrentar da mais pura e simples “queimação” em seja qual for a sua área de atuação?
Assim, ainda que não se arvore de conselheiro de nada e nem de ninguém, AnderSonsBlog dá um toque, com cada um ficando livre para aceitar ou não: associados, empresas de assessoria e Associações Pró-Construção, se liguem que esse tipo de audiência só dará palco para quem quer fazer da reserva de mercado uma regra, viu?
E, de mais a mais, quando um não quer, dois não brigam, viu? E mesmo que o poder possa parecer capaz de tudo, quem optou por construir pelo modelo associativo tem mais é que focar na obra, na manutenção de milhares de empregos e na realização dos sonhos de cada associado.
E quem quiser que brigue sozinho! No mais, a contenda que se resolva nas vias judiciais e tá bom demais!
Até porque, convenhamos, um assunto de caráter absolutamente econômico não precisaria de debates em outras instâncias que não sejam as judiciais.
Afinal, não se trata de nada que mude os rumos da sociedade, ainda que altere de forma insofismável o direito de cada pessoa escolher como quer construir seu imóvel dentro da legalidade, não é verdade?