Quem quiser que fique nervoso, que se aborreça, esperneie, arranque os cabelos – aqueles que ainda os tiverem – e o diabo a quatro. O governador Belivaldo Chagas (PSD) segue firme na sua decisão de só decidir mais tarde e ponto. Explica-se: em conversas com seus interlocutores, o governador tem deixado claro o incômodo e o desconforto que sente toda vez que figuras da base aliada, direta ou indiretamente, tentam antecipar a formação da chapa governista que irá disputar a sua sucessão e o Senado. E isso também fica claro nas entrevistas dadas por Belivaldo, a exemplo da mais recente, concedida ao radialista Narcizo Machado, no Jornal da Fan. “O tempo de impor candidaturas já passou. E podem achar até que eu sou ditador pelo meu jeito de falar grosso. Mas eu não vou chegar com uma candidatura no bolso e dizer ‘é essa’. De jeito nenhum, nós vamos discutir muito ainda”. Na verdade, AndersonsBlog avalia essa posição clara de Belivaldo como um recado duro, ainda que não nominado, a aliados de peso, especialmente Jackson Barreto e o presidente da Alese, Luciano Bispo, ambos do MDB. Jackson, com a decisão do STF sobre André Moura (agora presidente estadual do União Brasil), colocou o carro na frente dos bois e se autoproclamou candidato ao Senado. Luciano, por sua vez, já se comporta como candidato a vice. “Mas, espera aí, e é a cada da mãe Joana esse governo?”, deve ter pensado Belivaldo. Ou esses aliados e amigos de longa data acham que poderão ser candidatos deles mesmos e cantam, em verso e prosa, que o governador é quem comanda a sucessão só para a plateia, agindo de forma muito diferente nos bastidores? É bom os apressadinhos colocarem as barbas de molho, pois Belivaldo vem dando sinais de que, assim como não imporá nomes, também não aceitará imposições de quem quer que seja, mesmo que sejam aliados e amigos de longa data, né isso?