Claro que numa disputa eleitoral, especialmente aquelas colegiadas, se fala muita merda até quando se está “melado de bosta”, como diria o quase ex-presidente da Câmara de Vereadores de Aracaju, Nitinho (PSD).
Mas a denúncia da vereadora e deputada estadual eleita Linda Brasil (PSOL) de que teria sido coagida a votar na chapa que venceu a eleição para a mesa diretora da Casa – ela se absteve – e que, em caso de não votar, sua substituta teria “dificuldades” para ter seus projetos apreciados e votados é algo grave e que, caso se confirme no ano que vem, tem que ser apurado.
Afinal, em pleno parlamento, local dos debates, da pluralidade e da democracia por excelência, qualquer coação é no mínimo criminosa!
Mas se é nas dificuldades que surgem as melhores oportunidades, com a chegada da vereadora Sônia Meire (PSOL) à Câmara em 23, visto ser ela a suplente de Linda, os nobres edis aracajuanos podem se redimir de uma legislatura bem fraca até este momento, que se caracterizou muito mais pela birra contra o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) do que por qualquer outra coisa.
Sim, porque o que mais se destacou nestes quase dois anos de atuação dos vereadores e vereadoras de Aracaju foram as emendas impositivas e a derrubada aos vetos em relação a pisos salariais. E ambas as questões são importantes, mas quando feitas da maneira que foram, na base do enfrentamento ao Executivo, ao prefeito, é aquela coisa de fazer graça com o chapéu alheio.
Repita-se: tanto as emendas impositivas como os pisos salariais são importantíssimos, mas deveriam ter sido construídos em comum acordo com o prefeito que é, afinal, quem paga a conta, né não?
Assim, voltando a Sônia Meire – professora, militante histórica do PSOL e de causas sociais extremamente relevantes, como inclusão, minorias, igualdade racial, de gênero e afins, além, claro, de grande defensora da educação pública – e sua chegada ao parlamento municipal da capital, a depender da postura e da sensibilidade da mesa diretora, que será comandada por Ricardo Vasconcelos (Rede), e de toda a vereança, a Câmara de Aracaju pode voltar a ter um protagonismo não apenas bem-vindo, mas acima de tudo necessário.
E legitimidade para isso ocorrer Sônia tem de sobra, inclusive eleitoralmente falando, afinal, em 20, ela não se tornou uma suplente de “ocasião”, visto que teve vistosos 3.342 votos – mais do que muitos vereadores que estão no mandato desde o início da atual legislatura.
E se em 20 Sônia foi a 8ª mais votada para vereadora, em 22 meio que repetiu a dose: foi candidata a deputada federal e teve 12.759 votos em Aracaju, novamente a 8ª mais votada na capital sergipana.
Ou seja: pelo seu histórico de lutas e pela quantidade de votos que vem amealhando ao longo de sua trajetória – vale lembrar que Sônia jamais fugiu dos desafios a ela colocados pelo PSOL, como as candidaturas dificílimas ao governo estadual que ela meteu as caras –, assim como para impedir que as ameaças que Linda Brasil disse ter sofrido se concretizem, Sônia Meire merece “chegar chegando” na Câmara no ano que vem.
E aqui, a título de sugestão, quem sabe garantir apoio a Sônia para que ela venha a comandar comissões como a de Educação, Cultura e Esportes ou, melhor ainda, como a de Saúde, Direitos Humanos, Assistência Social e Consumidor seja uma possibilidade de redenção para a atual legislatura aracajuana!
Pois é, né? Quem sabe com uma mobilização dos vereadores e vereadoras para alçar Sônia Meire a uma posição de destaque e de merecimento pela história que ela construiu ao longo de sua vida pública, a Câmara de Aracaju se afaste da pequenez de ser apenas contra o prefeito e se aproxime da grandeza de ser a favor, de fato e de direito, do povo aracajuano, né isso? Sigamos!
2 Comentários
Sonia Meire Azevedo de Jesus
Obrigada Anderson pelo reconhecimento da nossa trajetória, colocando o importante papel e dedicação ao povo aracajuano que as legislaturas da Câmara Municipal requer e, onde eu me incluirei a partir de 2023 com muita coragem, determinação e pé no chão. Necessitarei muito do acompanhamento e do trabalho de comunicadoras e comunicadores. Sigamos firmes.
REGES B SILVA SILVA
DISCORDO DA BAJULAÇÃO E DO FACK NEWS. QUEM PAGA O SALÁRIO QUASE MÍNIMO NÃO É SUA EXCELÊNCIA O PREFEITO. NÃO VERDADE É VC, EU, NÓS O POVO. PAGAMOS ATÉ AS MORDOMIAS DO PREFEITO, VICE PREFEITO, SECRETÁRIOS, VEREADORES, ASSESSORES, OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS QUE TRABALHAM E OS QUE NÃO TRABALHAM E OS BAJULADORES PUXASACOS.