A foto que ilustra esta edição da coluna CSF é a de Wesley Safadão em ação, mas poderia ser de um Gustavo Lima, por exemplo. Na verdade, não se trata desse ou daquele artista, mas do quão caro é o cachê, de quanta mídia ele tem e usa a seu favor para atrair milhares de pessoas aos shows que realiza, especialmente aos eventos gratuitos, abertos à todo e qualquer bichinho – leia-se gente sedenta pra curtir e se esbaldar à vontade, ainda mais em tempos quase que pós-pandêmicos. Por isso mesmo que os anúncios oficiais do governo estadual e da prefeitura de Aracaju, garantindo a realização do Arraiá do Povo e do Forró Caju, respectivamente, neste ano da graça de 22 chamaram a atenção de AndersonsBlog. Primeiro pela felicidade de saber que dois dos mais importantes atrativos turísticos de Sergipe estarão de volta – vale destacar que, nesse mesmo embalo, o São João de Estância, o lagartense Festival da Mandioca e a itabaianense Feira do Caminhão devem ser confirmados nos próximos dias, dentre outras festividades juninas sergipanas. Mas a segunda questão avaliada por aqui acabou sendo mais prática: poxa, nós estamos em abril e, como se sabe, teremos um Nordeste inteiro em festa, o que inclui Estados muito mais ricos, financeira e orçamentariamente falando, do que Sergipe! E como seria hipocrisia considerar que esses tipos de eventos podem prescindir de atrações com cachês milionários e farta referência midiática, como Sergipe pode competir com quem tem muito mais a oferecer em termos financeiros e de visibilidade? O risco de vermos cachês absurdamente inflacionados, diante da competição quase que sanguinária entre os festejos juninos nordestinos é uma realidade que bate à porta de prefeituras e governos.
O que fazer?
Diante desse cenário muito provável e terrivelmente negativo, AndersonsBlog deixa aqui sua modesta contribuição em forma de sugestão para a escalação das atrações: primeiro que é preciso confiar no tino dos produtores, pois eles são capazes de indicar atrações médias que podem, sim, causar um efeito positivo.
O que fazer? 2
Depois é preciso repetir que não devemos ser hipócritas e as grandes atrações devem ser contratadas para aumentar o brilho dos eventos, certo?, mas, nesse ano, isso tem que acontecer de uma forma mais equilibrada do que nunca, pois não será racional gastar zilhões de reais para ter essa ou aquela data dessa ou daquela atração, é preciso racionalizar isso aí!
O que fazer? 3
E, por fim, e mais importante do que tudo, será preciso entender que as atrações locais devem ser priorizadas mais do que nunca, pois se tem gente boa em qualquer lugar, em qualquer cidade, e ainda que não tenham o mesmo apelo de mídia, música boa é música boa, seja qual for o estilo. Além do mais, ao se priorizar as atrações locais, os gestores e responsáveis pelos eventos em questão podem oportunizar uma visibilidade, além de bons cachês, a uma turma que, no final das contas, precisa mesmo é de uma boa oportunidade para mostrar todo o talento que possui. Bora ou vamos agir assim e fazer das festas deste ano da graça de 22 um sucesso baseado no talento caseiro?