Senta que lá vem textão! Ok, não é nada fácil o fim de uma era que durou quase quatro décadas! Mas o fato é que a Torre não é mais a empresa responsável pela coleta de lixo em Aracaju.
E, a bem da verdade, a empresa realmente tem seus méritos, pois Aracaju é tida e havida como uma cidade reconhecidamente limpa. E por ser a responsável por esse imprescindível serviço de limpeza pública durante tanto tempo, lógico que a Torre tem seus créditos.
Mas é preciso atentar para um fato: de contrato emergencial em contrato emergencial, a Torre foi se perpetuando, ano após ano, quase que como a ‘dona’ do serviço. E, por isso mesmo, não é nem minimamente razoável e/ou compreensível o que a empresa fez ao final de 24, quando revelou – tardiamente, na opinião da casa aqui – que a gestão de Edvaldo Nogueira (PDT) tinha dívidas acumuladas com ela da ordem de cerca de R$ 40 milhões.
Por qual razão não externou isso antes, de maneira a evitar que, em plena festividade do réveillon aracajuano, fosse preciso que a gestão de Emília Corrêa (PL), sem nem bem tomar posse, tivesse que fazer um esforço hercúleo pra que a capital sergipana não começasse o ano da graça de 25 ‘soterrada’ numa montanha de lixo?
Daí em diante a situação passou a ser uma ‘corrida contra o relógio’, posto que o contrato – emergencial, é bom que se frise sempre! – da Torre com a prefeitura de Aracaju se encerrava em 19 de fevereiro, também conhecido como quarta-feira passada.
E aí tivemos um processo de dispensa emergencial flopado e que acabou suspenso por conta de uma liminar na Justiça diante de uma ação judicial da, adivinha quem?… ora, da própria Torre, meus queridos e queridas!
Só que o relógio, em seu tic-tac infindo, seguiu correndo e a data-limite se aproximava cada vez mais. E como é que ficaria Aracaju sem coleta de lixo a partir da meia-noite do fatídico 19 de fevereiro?
Pois bem, a gestão de Emília foi ligeira e certeira e, mesmo com a tal dispensa emergencial – na qual 26 empresas manifestaram interesse e 18 delas se habilitaram legalmente pra participar – estando suspensa judicialmente, deu transparência ao processo e mostrou à sociedade os preços de todos que, legalmente, participaram do certame.
Resultado? Simples demais: as empresas Renova Serviços de Coleta Especializados LTDA, para os lotes 1 e 4, e a Aksa Serviços de Locação de Mão de Obra, para os lotes 2 e 3, haviam apresentado as melhores propostas por conta do menor preço e, assim, com coisa próxima de R$ 33 milhões a menos do que o contrato quase que finalizado da Torre, ambas foram contratadas de forma emergencial, exatamente como a mesma Torre vinha sendo contratada continuamente ao longo dos últimos anos, beleza?
E assim já estava tudo acertado e resolvido? Oxe, que nada! Com o contrato emergencial sendo assinado, começaram a ‘pipocar’ críticas e mais críticas a gestão de Emília, como se firmar um contrato emergencial de limpeza pública fosse algo inédito em Aracaju – seria ‘hipocrisia’ o nome desse tipo de crítica? Vai saber, né?
Um exemplo dessa postura foi do vereador Elber Batalha (PSB) que, a título de questionar a contratação essencial para que aracajuanos e aracajuanas não tivessem até a saúde prejudicada num possível acúmulo de lixo pelas ruas da cidade, chegou a sustentar que a assinatura desse contrato equivaleria a ter “coragem de mamar em onça”, numa clara alusão à comemoração da prefeita, quando de sua vitória, exaltando a ‘leoa de Judá’ – algo que este AnderSonsBlog até considerou um tanto quanto exagerado, mas manteve o respeito pelo fato de respeitar a toda e qualquer manifestação religiosa, sem problema algum!
Como resposta, o vereador Lúcio Flávio, do mesmo PL de Emília, bateu na ‘taba da venta e do queixo’ e asseverou: “e onde estava o vereador (no caso, Elber) nas contratações emergenciais que aconteceram nas gestões de Edvaldo?”. Nem precisa desenhar pra saber quem faturou esse brevíssimo embate levado à público pelo sempre necessário Narcizo Machado da Fan FM, né mesmo?
Mas nem pense, leitor e leitora, que os ataques à gestão de Emília, especificamente direcionados à Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), por conta dessa contratação emergencial pararam por aí! Já teve quem ‘condenasse’ a plotagem dos caminhões-coletores por ter se dado em meras 24 horas – o que é uma tremenda injustiça com as competentes empresas de plotagem aracajuanas! E olha que a casa aqui não faz a menor ideia de qual delas executou tal serviço, viu?
E também já circulam à farta na net imagens de locais em que o lixo não foi recolhido – bem, ao menos na casa em que mora o titular deste site, junto com sua família, nesta quinta, 20, como sempre foi uma constante nas terças, nas quintas e nos sábados, o lixo já foi devidamente recolhido, ok?
Diante de tudo isso, e já excluindo sumariamente o vereador Elber Batalha desse tipo de ardil, pois a casa aqui o conhece e sabe que isso jamais caberia em seu perfil, sendo que ele está fazendo seu papel de opositor e ponto, não fica uma sensação de que tem gente com dificuldade pra encarar essa espécie de ‘desmame’ que a saída da Torre da limpeza pública aracajuana acabou causando e, por isso mesmo, estão ‘criticando por criticar’ essa zorra toda? É ou não é algo a se pensar e a se avaliar?
E, pra fechar, toda a turma que vem criticando duramente todo esse processo por que passa a coleta de lixo e a limpeza urbana aracajuanas está em júbilo pelo fato do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) ter decidido que a contratação emergencial em questão terá que passar por uma auditoria externa.
Como se sabe, auditorias externas promovidas pelo TCE/SE são extremamente severas, como de fato têm que ser. Mas, leitor e leitora, imaginemos que esse ‘pente-fino’ a ser passado até encontre alguma falha, mas que sugira as correções necessárias, mantendo o contrato e os essenciais serviços que são frutos dele, como é que a oposição à Emília reagirá?
Bom, sem querer regrar ninguém, de maneira nenhuma e sob nenhuma hipótese, pra este AnderSonsBlog parece que só restará uma opção para quem tanto critica Emília Corrêa e sua condução administrativa no tema limpeza pública: admitir, enfim, que a prefeita realmente ‘furou a bolha do sistemão’ na questão do lixo! A conferir!