Descarado e escancarado machismo praticado contra a prefeita eleita Emília Corrêa sobre nomeação para sua gestão é um ‘tapa na cara’ que tem que servir de alerta pra sociedade. Entenda

Dois assuntos motivaram uma breve pausa de AnderSonsBlog em seu brevíssimo período anual de descanso que se encerra na semana que vem: Petrobrás e Emília Corrêa. Sobre a petrolífera escreveremos mais tarde. E já pra agora vamos ao assunto mais espinhoso que diz respeito a prefeita eleita e as suas primeiras ações.

É sabido por todos desde sempre que Emília Corrêa (PL) é a primeira mulher a vencer uma eleição para prefeita de Aracaju. Assim, a partir de 1º de janeiro de 25, ela será a 1ª prefeita da história da capital sergipana.

Mas o que é, em si, um avanço na ocupação de espaços pelas mulheres, que representam mais da metade da população, também acaba (mal) servindo pra que políticos, autoridades e até gente da Comunicação destilem seus venenos, seus machismos e suas misoginias num espetáculo grotesco e extremamente preocupante.

No início dessa semana, Emília anunciou a nomeação de seu esposo, Itamar Bezerra, para a sua secretaria de Governo. E bastou isso para que viessem à tona uma série de ataques, inclusive com insinuações de que ela ‘não poderá’ exonerá-lo! Poxa, mas pera lá, o cabra nem começou, nem está no cargo, e a aposta já é na sua exoneração ou não? Que que é isso, minhas gentes?

Já pensou, pra ficar em apenas dois exemplos, se esse tipo de postura dos ‘críticos’ fosse aplicada ao saudoso Marcelo Deda quando ele, enquanto governador, nomeou Eliane Aquino, em janeiro de 11, como secretária da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social de Sergipe? Ou quando o saudoso João Alves, mais recentemente, nomeou a também saudosa Maria do Carmo como secretária da Família e Assistência Social de Aracaju em novembro de 15?

Tem como não levar em consideração que o tratamento dado a Emília nesse episódio todo é machismo, pura e simplesmente isso?

Este AnderSonsBlog, mais de um ano antes das Eleições 24, já alertava: todos temos que ter cuidado em relação a uma eleição que se desenhava, e se comprovou, com um viés absolutamente feminino.

E o alerta se dava de forma muito simples: não se deve cobrar de nenhuma candidata o fato dela ser esposa, dela ser filha, dela ser quem era, dela ser… mulher, ora pois! E o que deveria ser levado em conta eram as ideias e projetos para Aracaju e a capacidade de execução delas que cada uma das então candidatas teriam.

E é assim que tem que ser agora, no caso de Emília: ela tem que ser cobrada pela qualidade da gestão que entregar a partir de 1º de janeiro. E a casa aqui nem conhece pessoalmente o futuro secretário de Governo, mas cobrar de Itamar por algo que ele nem iniciou a fazer ainda é, sim, um ranço machista direcionado a Emília e ponto! E isso é uma imensa babaquice! Sem mais!

 

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2 Comentários

  • Sargento Kaká!

    11 de dezembro de 2024 - 15:37

    Cara, falou a minha “língua!” A vereadora eleita do PSOL, Sônia Mere, chamou a nomeação de nepotismo absurdo e que iria buscar meios para que o ministério público eleitoral, intervisse, uma esquerda nojenta e hipócrita!

  • JOAO SILVA DOS SANTOS

    11 de dezembro de 2024 - 17:06

    E assim caminha a humanidade.

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