Deso: desde mil novecentos e antigamente aperfeiçoando a arte de tirar o braço da seringa

As fotos acima foram enviadas por leitor do AndersonsBlog de Itabaiana, sob garantia de anonimato. Aliás, mande também fotos, sugestões, críticas, elogios ou o que você, leitor e leitora, quiser: christianjor@gmail.com é o e-mail da casa e está a sua disposição, com anonimato ou crédito devidamente garantidos, tá certo? Dito isto, sigamos: a Deso tem sido responsável por dores de cabeça gigantescas por conta dessas “obras”, como nas fotos, executadas nos municípios em que é a responsável pelo abastecimento de água e pela coleta de esgoto. Acontece que, no frigir dos ovos, a população, seja de qual for a cidade “contemplada” com tais “obras”, não está preocupada com quem fez e nem por quê fez essa, no popular mesmo, cagada em plena via pública. Quem mora numa rua que é rasgada e estragada, seja pela Deso ou por quem for, quer saber é do reparo rápido e qualificado da via e acabou! Nesse caso específico, a coisa piora ainda mais: a via em questão se chama av. Pedro Garcia Moreno e foi asfaltada há menos de 15 dias pela prefeitura itabaianense. Sem apelar para teorias conspiratórias, mas sabendo o quão baixo pode ser o nível atingido por opositores que acham que vale tudo pra desgastar um adversário que está no poder, ainda que o prejuízo gerado alcance a população, parece até proposital esse tipo de “obra” numa avenida recém asfaltada, né não? Mas AndersonsBlog, inclusive por já ter secretariado a Comunicação pública itabaianense nas gestões do ex-prefeito Valmir de Francisquinho (PL), líder político responsável pela eleição do atual gestor, Adailton Sousa, também PL, optará por aceitar as explicações técnicas que tentam justificar a necessidade dessas tais “obras” da Deso, beleza? Só que, justamente por esse viés técnico, a coisa toda se agrava. Repare só, leitor e leitora, na placa instalada pela Deso para indicar o local da referida “obra”. Nas duas imagens recebidas por AndersonsBlog, sem margem para nenhuma dúvida, é possível identificar, de forma clara, a seguinte frase em caixa alta: “ATENÇÃO TRECHO EM OBRAS”. Está faltando alguma informação complementar? Este blog responde: não, não falta nada. Técnica e oficialmente está tudo ali, compondo o todo da placa indicativa. Ou seja: por falta de um aviso claro, de fácil leitura, ninguém sairá, ao menos em tese, prejudicado por conta da intervenção invasiva da tal “obra” da Deso. Mas, pera lá, por quais cargas d’água – trocadilho danado esse, né? – a própria Deso não assume, em letras garrafais, que é a responsável pelo estrago feito na via? Percebeu, leitor e leitora, que, mesmo na imagem aproximada, marca e nome Deso surgem diminutas, quase imperceptíveis? Dessa forma, com esse tipo de placa indicando suas “obras”, a Deso, como o título lá em cima sustenta, tira o braço da seringa em relação ao julgamento popular. E se o povo não tiver acesso total, 100% transparente, quanto a responsabilização de algo que o prejudique, passa a esculhambar e maldizer qualquer um ou qualquer coisa: prefeito, prefeitura, empresas, pedreiros, tatus e até o papa passam a ser alvos da insatisfação popular! Por não estar preocupada quanto a quem fez ou por quais razões essas “obras” foram feitas, a população, compreensivelmente, quer é a via reparada, com o trânsito e a vida devidamente normalizados, sem maiores traumas, né verdade? Pois é por isso que a discrição da Deso na auto identificação em placas por ela mesma afixadas em “obras” por ela mesma realizadas chama negativamente a atenção. Se o povo não souber exatamente de quem é a responsabilidade por aquilo que lhe aflige, que lhe faz sofrer, seguirá esculhambando e detonando a esmo. E quem, como nesse caso, não for facilmente identificável, acaba ganhando tempo e postergando as próprias responsabilidades. Diante de tanto absurdo, cabe a pergunta: pode isso, Ministério Público de Sergipe?

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