No Dia Internacional da Mulher, este 8 de março de 25, vamos produzir uma série de postagens que, na nossa visão e intenção, servirão para demonstrar que o Dia da Mulher não pode se limitar a uma data celebrativa apenas, posto que tem mais é que servir como um ponto de reflexão sobre os demais 364 dias do ano e sobre o que acontece com as mulheres em cada um deles.
Por isso que começaremos contando uma história realmente triste que está em curso nesse exato momento em Lagarto. E vamos do início: no último domingo, 2, começa todo um calvário que envolve algumas pessoas e que preservaremos os nomes dos diretamente envolvidos por uma questão de ética, pois o caso ainda não teve um desfecho definitivo.
Nessa data, a Clínica de Saúde da Família José Maroto, uma das maiores da rede de Saúde municipal, atendeu uma menina de 4 anos de idade, que chegou ao local acompanhada de um familiar. A criança apresentava dificuldades em urinar.
E, como é de praxe nesses casos, a médica que realizou o atendimento, ao notar indícios de abuso sexual, iniciou todo um protocolo que a Saúde pública exige: elaborou relatório que foi assinado por mais dois médicos e o encaminhou ao Conselho Tutelar.
Automaticamente a Secretaria de Segurança Pública passou a fazer a sua parte, realizou exame de corpo de delito e, embora não tenha finalizado o laudo completo, identificou que não houve sinais externos de abuso sexual, mas segue em fase de aprofundamento das investigações.
Ou seja, até aqui temos uma situação clara que demonstra o poder público protegendo uma criança para que, no futuro, ela possa se tornar uma mulher plena, sem transtornos por conta de abusos sexuais – inclusive pelo fato de que, caso se comprove esse tipo de ato nefasto, a secretaria de Saúde de Lagarto automaticamente presta atendimento psicológico à criança e a família.
Mas veja, leitor e leitora, como nós, enquanto sociedade, temos muito ainda o que aprender em relação a proteção e ao respeito às mulheres: como o caso acabou se tornando de conhecimento público, uma emissora de rádio lagartense ‘colocou o carro na frente dos bois’ e já foi atacando a Saúde municipal como se esta tivesse agido de forma errada. Lógico que, infelizmente, essa emissora e seus ‘profissionais’ estão única e exclusivamente buscando desgastar politicamente a Saúde lagartense com vistas a tentar retomar o poder que a população tirou das mãos e dos bolsos nas Eleições 24 de um determinado grupo político que a tal emissora representa.
A casa aqui seguirá resguardando os nomes até o inquérito ser concluído. Mas, independentemente do que for efetivamente apurado, nem essa emissora de rádio, nem portais, nem perfis e nem usuários da redes sociais podem atacar a Saúde lagartense e nem a médica que realizou o atendimento por uma questão simples: foi efetuado um protocolo que visa proteger quem pode ter sido uma possível vítima de abuso sexual e cabô! Essa é a maneira correta de lidar com situações como essa!
Ou essa canalha que tenta atacar tudo o que foi feito nesse caso até agora quereria que uma menina de apenas 4 anos chegasse até a médica e relatasse tudo o que ocorreu com ela até levar a esse desconforto para urinar? Parem com isso que tá feio demais!
E por mais que seja doloroso para um parente estar diante de uma situação dessas, não é muito mais terrível não ter o caso devida e oficialmente esclarecido? Ou essa turma sem noção, que tenta transformar até uma ação claramente protetiva em uma ‘bandeira’ para usar na politicalha deles, preferiria que a médica e todo o sistema de Saúde ficassem omissos e não tomassem as devidas providências?
Percebe, leitor e leitora, que não há como respeitar quem está tratando um assunto tão delicado como esse com tanto desrespeito?
Percebe, leitor e leitora, como ainda temos muito o que aprender em termos de respeito às meninas e mulheres em todos os 365 dias do ano?
É triste tudo isso e chato demais relatar isso tudo em pleno 8 de Março. Mas a sociedade precisa ser alertada sobre situações como essa em que, ao menor indício de abuso, todas as providências clínicas e legais precisam e devem ser tomadas! Esse é o caminho correto e não adianta tentar intimidar quem está fazendo a coisa certa! É disso o que estamos falando!
P.S.: “Ah, AnderSonsBlog, e quem reparará a dor da família em caso de não se comprovar abuso?” Essa é a pergunta correta a se fazer? Não, não e não! Em casos assim, a família envolvida e todas as demais famílias têm que se sentir é aliviadas por terem a disposição um sistema de Saúde pública que protege vulneráveis e vai a fundo nas necessárias investigações! Portanto, não é justo tentar inverter a lógica! Sem mais!