O secretário de Administração de Sergipe, Dernival Neto, só está no cargo que está por ser um homem inteligente e preparado, e ter uma equipe jurídica que é, também, muito competente. Mas tem aquela coisa: quando a sabedoria é demais, engole o dono, né isso? Pois é, na reunião da Mesa de Negociação do governo com o Movimento Polícia Unida, na quinta, 21, diversas pautas, voltadas para cada uma das categorias integrantes das forças de segurança do Estado, foram apresentadas por Dernival e sua equipe. Mas o Movimento Polícia Unida, no popular, botou pra chegar, bateu o pé e, literalmente unido, decidiu que as negociações só seguem em frente se a primeira pauta a ser discutida for, sem tergiversar, a da periculosidade e ponto final. Ou seja: a tentativa de dividir – as pautas – para conquistar – a discordância entre o Polícia Unida – foi por água abaixo, como comprova fala do presidente da Associação dos Militares de Sergipe (Assomise), Coronel Adriano Reis, rebatendo argumento – esse bem pífio, viu? – de Dernival de que o desempenho da função era obrigação dos membros das corporações de segurança. “Não é obrigação, não pode ser obrigação quando expomos a nossa vida sem a condição mínima, a proteção. Não podemos ser jogados na rua sem o equipamento obrigatório de segurança. Tive que comprar máscaras, prover os meios para trabalhar. Enquanto todos estavam em casa, a gente estava na rua. E a periculosidade é para isso! Mesmo assim, estão dificultando esse direito”, bateu direto e forte Adriano Reis. E AndersonsBlog faz questão de ressaltar a participação do Coronel Adriano por uma razão básica: representante no Polícia Unida da corporação com o maior contigente dentre as forças de segurança sergipanas, Adriano Reis também é incansável na luta contra os mandos e desmandos do comando da Polícia Militar do Estado de Sergipe (PM/SE). Pois se não bastasse o desrespeito cotidiano com que o comando trata seus comandados, homens e mulheres que dedicam suas vidas a proteger a vida da população, sem esperança de que esse cenário mude, visto que o próprio governador Belivaldo Chagas (PSD) já entregou os pontos e disse, em entrevista, que Marcony “só deixa o comando da PM/SE no dia que quiser”, ver também que o governo desrespeita o direito à periculosidade é motivação que, com muita justiça, leva à indignação. “Colegas quase morreram durante a pandemia e eu não sei se estavam pegando Covid no desempenho da função. Nós estávamos todos os dias defendendo, protegendo e proibindo a sociedade sergipana de sair de casa”, lembrou Adriano Reis. Como se vê, o governo pode até tentar artimanhas para desviar o foco. Mas é o sofrimento na pele que faz com não apenas o Coronel Adriano Reis, mas todos os que fazem o Movimento Polícia Unida fiquem atentos a essas estratégias governamentais. E quanto a Belivaldo? Ora, ele que lute! Afinal o governador parece não estar nem aí e nem chegando pros desgastes desnecessários a que se submete, né não?